Consegui duas sonoras palavras para me descrever. Lenta e preguiçosa. Não dentro de casa, não para o fazer doméstico: faço. Limpo sento levanto, brinco. Carrego coisas de lá para cá: engraçada figura. Subo e desço as escadas, vou ao gramado, e me penduro na janela. Pano no vidro. Espio. Volto para a cadeira. Penso. Sinto frio, depois calor. Aqueço a casa, depois…, pois é, (não fico quieta). Bom que sou eu comigo. A preguiça toma/engole/mastiga, engorda. Leio mais, mas é preciso escrever, fico/estou a me recriminar. Escrever, escrever. Cavar palavras, enterrar outras. É preciso escrever. Remexer, consertar o texto. Reler. Reescrever. No teclado a energia se multiplica, ou deveria se multiplicar. E não se trata de imaginação. O mecanismo não pode parar. Gostei da resposta de uma primo a perguntas formais: como estás? ( perguntei), o que andas fazendo? Bem foi a resposta. Escrevendo…, gerúndio, ação continuada. E a conversa terminou. Correto. Escrever antes de ler, ou depois de ler. Engraçado. Quando mergulho nos livros, escrever pode ser apenas um espelho de citações. A escada. Um processo diferente. Enfim! Consegui… Falar, falar não é possível. Se afundar em conversas não é possível. A cada um seu método. Preciso de silêncio, e empenho. Beth Mattos – julho de 2020. Voltou o frio. Chuva molhada e prazer enlouquecido. Uma foto? Pois uma foto pode ser mesmo uma conversa. Conversa longa, eloquente, reticente. (risos) Nada substitui nada, mas pode ser um abraço. Uma foto.
uma foto pode ser mesmo uma longa conversa… uma palavra também…
uma única palavra / teu carinho, atenção, olhar e afeto…, muitas não explicam amizade. Eu te gosto!