Via/caminho/rota pouco definida a correspondência, um sopro. A cada um sua cruz / destino/ prazer/ encontro e alegria. Eu me apaixono por palavras. Depois o som, a voz…, todas as terapias se amontoam (não quero dizer/ quero imaginar, ou escrever). E o tato, o cheiro, os olhos. Vinte anos ou trinta de uma confissão apressada, eletrônica, e dois anos de embalo: eu te gosto. Contou/ conto,disse/digo dos amores, nem tão amados, mas instigantes. Depois, a questão juvenil ou tumultuada, ou apaziguada. Depois a maturidade. E nos encolhemos na idade. Cada um com seu biombo. …, estamos adiando, mesmo assim, amando.
“ – E eu o amo – disse suavemente Julie. […] Nada mais perigoso do que uma bela mulher que esquece até que ponto o é. […] Não, Julie, eu não quero dizer que a amo…Apesar do que pensam os românticos, o amor é uma coisa que a gente se permite ou não, salvo nos primeiros golpes, diante dos quais nada podemos fazer…Mas é uma felicidade para mim estar passeando aqui com você. É um esquisito privilégio, feito de angústia e de alegria, Vê – la a tal ponto iluminada por sua existência pessoal, que é capaz de referir – se a minha vida, como se nunca lhe houvesse ocorrido a possibilidade de perturbá – la. Estes conselhos que me pede e que parece ter o desejo de seguir…Muito bem. Eu não estou em condições de dizer se você é ou não inimiga de Lewis. (p.211) Charles Morgan – A Fonte –
Que livro! Que autor! Passo os olhos no meu volume todo despencado.’Invadida‘, volto as minhas anotações, volto… Assim mesmo, penso em ti. Que importam os livros que não leste? Não nos separam. Despeçados pedaços das nossas conversas. O jeito atravessado de amar. Estamos do blindados, eu sei. Não podemos mudar isso? Elizabeth M.B. Mattos – agosto de 2020 – Torres