A possibilidade de remexer nestes sentimentos já estraçalhados, destas constantes fugas, deste desespero colado na pele pode ser a dor daquele vazio tão mencionado, tão sem sentido porque inútil, e a enorme grandeza do nada. Todos estes anos e outros passados e futuros anos terão o mesmo efeito degradante de inferno. Existe um tempo colorido, os pintores sabem descrever o que as palavras não dizem quando usam cinza, preto, marrom, e aquele escuro infinito de onde surge uma nesga de cor / luz, o grito corre para aliviar o aperto de tanto tempo apertado. E a ideia de liberdade se ludibria com uma prisão maior, a gentileza e excessivos maneirismos. Quando posso respirar, e o ar corresponde aos pulmões eu estou apenas comigo mesma. A claustrofobia chega com as portas e as janelas trancadas, mas também com os olhares e as vozes: pessoas, pessoas, e pessoas. Gente. Elizabeth M.B. Mattos – gosto de 2020 – Torres
A noite se acomoda melhor no meu dia / os sons invertidos numa brincadeira de ser eu.