Torres, amanhece sombrio e lento, lento e esquisito como pode ser esquisito o tempo de epidemias e medos e inquietudes. Onde o bom senso e a lógica? Em círculos, enfeitiçados pelo medo… E o príncipe não chega, nem a rainha acorda, o ditador dormiu, a luz se escondeu, o sacerdote boceja. Feiticeiros gargalham… E o povo acorda, dorme e se reproduz como se a vida fosse mesmo comer, beber e copular. Esqueci a música. Voz e tempo se diluem: mais cedo termina o dia, mais depressa adormeço. E acordo estupefata. Por que outro dia? Quero outro mundo, outro caminho para ser eterna.
Impaciência e cansaço crônico. Zero vontade para limite. Cercas me aborrecem. Cercadinhos gramados, floridos irritam. Conversas fúteis e adocicadas da/na mesmice. Ah! Se a raiva explodisse a solução! Gritos com pernas, braços decidem o que fazer. Não tenho paciência para disputas amorosas, desencontros esquerdos. Quero o amor pacífico e silencioso do prazer intenso e da beleza transparente, líquida. Tintas coloridas assumem o mundo: pinceladas esquerdas, ou contínuas, interrompidas ou desenhadas e lá está…Elizabeth M.B. Mattos (10/01/2021 06:29:31)