trama da vida

Amigo querido! Quase perco tua carta e-mail entre as cartas eletrônicas, e, tanta agitação! A vida não veio para nos cobrir de fofuras (mimos), mas nos endurecer. O que escreves da mãe e do teu pai, enriquece tua história pessoal. Eles são assim mesmo, os pais, guardiões, e escrevem/ definem nossa história/vida do nascimento ao destino: parece um detalhe, foi definitivo interferir, e terminaste americano / terminaste francês / terminaste cidadão do mundo. O sonho, excesso de amor. Por excesso interferiu no serviço militar: excessivo. Vida excessiva no maltratar, raiva e covardia. Enfim! Acabaste americano maior: cheio de sonhos e projetos como os dela, cheio de doçura como teu pai. Longe de dos Pampas. Astros alinhados quando nós nos encontramos, mas teu destino já era o outro mundo / outro planeta. América. Detalhados sonhos sonhados ao longo de anos, mas sempre medrosos, paradoxal sentimento. Eu ‘quase’ fui te visitar, ‘quase’ fui ao Canadá…, cheguei a França altiva, mas, no final, pouco aventureira, presa pelos pés no certo incerto de viver em casa, perto da janela que se abre ao mar. Aqui. Escrever foi sempre um vício: a cada carta, um envole azul bordava nossa amizade: os detalhes.

Ah! Quero te escrever muito e mais. A vida na beira da Lagoa do Violão é boa, tranquila, quase perfeita. Os filhos entre Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Eu viajo. Eu me agito entre estados. A carta se interrompe com chamadas telefônicas, mas, volto a te escrever ainda hoje. Beijo. E te cuida. Muito carinho. Nunca te desculpes pelo teu português, eu deveria me desculpar por não falar nem ler espanhol. Elizabeth M.B. Mattos – novembro de 2021 – Torres

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