“Impulso estranho
Olhei pela janela. O sol brilhava e os lojistas tinham saído para se aquecer na calçada e ver o movimento. Mas por que estavam cobrindo os ouvidos com as mãos? E por que os passantes corriam pela rua como se perseguidos por um espectro monstruoso? Logo tudo voltou ao normal: o incidente foi apenas um momento de loucura em que as pessoas não suportaram mais as frustrações de suas vidas e cederam a um impulso estranho.” (p.217) Lydia Daves Tipos de perturbações – Ficções – Editora Companhia das Letras,2013


Terminei o sexto volume de Karl Ove Knausgard – Minha Luta – Enveredei com entusiasmo nos livros deste autor, estive, certamente, na Noruega e na Suécia. E volto a série de Murakami, e aos livros de Orhan Pamuk – obstinada, li todos os traduzidos. Obstinada, abduzida. Hoje, esvaziada e triste com a despedida, e enfiada nas dores do dia (bom que o sol ilumina), resolvi retomar/agarrar o tempo e limpar as estantes. Ah! O cheiro do pó, a nostalgia dos livros lidos! E, paft! lá está Lydia Davis / uma primeira edição, intacto! Memória nenhuma, embora dentro encontre um marcador da Lattoog! Vasculho a data que teria comprado o livro: ano de 2013, julho, em Porto Alegre – no Moinhos.
Uma narrativa incrível! Claro! Tipos de Perturbação foi finalista do National Award em 2007 / a danada da exposição, do caminho ordenado, do encontro do livro com os leitores. Que prazer! Vou devagar! Tenho ainda o Paul Auster para terminar, e o Guimarães Rosa!, tenho que conseguir! Gostei de limpar os livros, reencontrar e reorganizar! Assim deixo o inverno caminhar devagar e vou a pensar primavera! Elizabeth M.B. Mattos – julho de 2022 – Torres