intimidade

Quando a história espia, a vontade se sacode, os fatos se escondem. É um tal jogo de procura, procura, olha, corre, agarra e acerta. Nunca como deveria mesmo ser. E estamos todos entrelaçados pelas incertezas. E se tivesse feito assim, ou assado, cortado o dia. Sei lá. Não fizemos, somos do agora, do imediato e do arquitetado, tão artificial! Sigo a pensar que te quero, pelo hábito de pensar. Pela languidez do dia e estes aconteceres esquisitos. A novela política, a temperatura desarrumada, a loucura do piano da vizinha, o violão desafinado. Mortes certeiras, e a espera. Será que ficou tão atualidade a tal angústia apertada deste sentir. Por onde caminhamos? O que não estamos vendo? Até mesmo as roupas são apressadas, amassadas. Eu me digo / eu me conto histórias, mas não concluo coisa nenhuma. Ninguém lê coisa nenhuma, não posso escrever coisas e certezas e bonitezas arrancadas do cinzento… O sol se esconde no cinza, a pressa senta na praça, as árvores escorregam na sombra… Como posso descrever? Escrever ou pensar. Imagino. Elizabeth M. B. Mattos – maio de 2023 – no meio do dia um adormecer cuidado. Troquei os lençóis e fechei as janelas.

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