…se fosse passear e beijar seria tão! tão! não sei… O dia começa no estica e lava, e limpa, arruma, pendura a roupa, recolhe, passa (porque gosto), perfuma, areja. Olha pro sol, pro vento, tira areia dos tênis, das frestas… Troca água dos vasos, e respira fundo. Três jogos de paciência, reviso o francês no Duolingo e a manhã já começa a ter o almoço no cheiro da hora.
O livro era mediocre. A manhã outonal brilha brilhos, confetes. Deve ser coisa de brilhar a vida. Sair do porão e despejar mensagens positivas no facebook porque é preciso acreditar. Então, eu me pergunto, o que é mesmo que eu quero? Quereria teus beijos, teus carinhos, tuas conversas e tempo… Tempo de caminhar juntos?! Talvez. E já pensei nas lágrimas. Lágrimas fáceis e jovens.
Quando Lucas (meu neto) fez uma apresentação de piano, concerto miúdo, perfeito: chorei bastante. Depois, guardei um balde de soluços para o João, a se diplomar com profissão, tão valente! Degraus rústicos, ele príncipe. E sou eu a imaginar sem viver, ou eu vivendo relíquias… Ah! Se eu tivesse um piano! Se eu soubesse fazer música, ah! se eu tivesse pincéis e tubos e telas, ah! se eu lembrasse de fazer! E se ainda pudesse correr! Elizabeth M.B. Mattos – maio de 2023 – Torres

E sou eu a imaginar sem viver…. muitas vezes somos assim…
também é vida, não é?