fatos heróis e filhos

Chegando ou saindo, coisa de acontecer no Rio Grande do Sul: os cinco a se encontrarem: a mãe e os filhos. O colorido da história. Das estórias remexidas, as nossas! E vai acontecer outra vez. Os cinco. Estremeço e já sinto. Antecipo. Sem combinação, ao acaso. Uma decisão puxou a outra e arrastou Rio de Janeiro, Recife e São Paulo. A explodir! Não acredito, digo, não importa, festejo.

O calor de cada fresta deixa entrar imaginação. Real / de realidade / mundo, de totalidade, verdade difusa, confusa. As obras / o fazer / o jogo. Escondidos a modificar um fato / o esquisito movimento… Notícia da vida / picotes, remendos. Antes, num tempo de cinquenta anos, ou sessenta ou quarenta, ou sei lá, eu não tinha tempo de escrever. Atropelada pela urgência, amores encontros e os tais desencontros, a correria de subir e descer, os filhos. Assim mesmo eu escrevia todos os dias /muito muito muito. Pensava acelerado e cristalizava sonho e vontade. Agora o esforço. E este tempo encerado, lustrado, enorme a me encarar. Sem preguiça, alerta, grande e vazio.

Ah! Existe a mordaça. Cristal / invenção e vontade eu dançava todos os dias, hoje a dança me embala, cuido a música. E não pensava… Acho que os fatos me antecipam, e o viver, a vida me carrega, faz acontecer o momento, ou apaga tudo… Foi assim quando Gustavo morreu, foi assim quando cheguei a Pernambuco, foi assim que eu visitei o Francisco Brennand. Foram assim os três dias de chorar e dormir que inundou a minha vontade. E plantou margaridas e trevos no jardim. Acordei feliz. Inundada em tempestade sem raios nem trovões, nas curvas do Capibaribe… Sei lá quantos anos se passaram, passaram, devem ter voado também. Lembro das comidas, dos passeios, do sono, das risadas da Luiza, dos sonhos, das cartas que escrevi, dos amigos alagados nos meus prantos a me fazerem rir. Lembro do meu sono. Embalada nas palavras, e no teu ritmo, nas histórias que me contas, eu te escrevo com saudades de ti. Agora, meu querido, temos a Lagoa do Violão e o mar, bem, o mar está algumas quadras a nos esperar… da janela temos a Serra do Mar. Temos Torres, meu querido. Elizabeth M.B. Mattos – agosto de 2023

E Paris. Para lembrarmos.

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