Viver, bom demais, na balança, a diferença certa. Igual achei ótima esta de Pavese, em seu Ofício de Viver -, página 229.
” 13 de junho
Se é possível lançar mão da analogia com o dia, a velhice é a idade mais aborrecida porque não se sabe mais o que fazer de si, como à noite, quando a faina diária está concluída.“
Diário de Cesare Pavese de 1935-1950
Não escrevo poemas, não sei dos romances, nem dos ensaios, nem das pesquisas. Nem novelas, muito menos de contos. Forma perfeita. Maravilhosa literatura! Sou a bisbilhoteira das estantes. E as fatias me surpreendem, descobertas! Eu me apaixono, eu fico desatinada. Posso ter os olhos exaustos, a cabeça aos pulos! Coisas obsessivas do amor. Citações chegam em cambulhadas / não sou original. Já foi dito, escrito, citado. Como desistir antes… Envelhecer é o trajeto, antes não posso saltar… Viver é assim mesmo, etapas. Elizabeth M. B. Mattos – janeiro de 2024 – Torres
Dentro de mim há um lago talvez um mar de música que muda não só com o vento mas também com a lua como no tempo que trouxe os versos já feitos as notas que direito seguem uma às outras e eu me vejo de novo a escrever e agora como em outras vezes sei quem foi a musa mulher-imaginação ideação distorcida
pelas engrenagens da time machine pelo empenar das superfícies que outrora davam fiel reflexão de nossa face e corpo
e agora ainda imaginados jovens na atual realidade
Mulher longínqua etérea transportada de luz e poeira transfixiada
por várias flechas de Cupido e Eros as que carrega como enfeites de pulso e colo mas que negam um ininterrupto navegar
pelas calmarias das costas e do pleno-mar-de-largo
Mulher tão distante que num instante separa-se da imagem fica surda a todos os sons tornando-se lenda talvez falsa senha que se verdadeira abriria um portão dum pátio encantado em Londres ou um boulevard em Paris
Mulher cuja raiz se mistura com neurônios tem a cor alva de
escultura em mármore ou talvez me engane com esse meu
olhar assim de tanto longe…
Título: INSPITIGADO que deveria pertencer ao Dicionovário do
Millor e prova irrefutável de que alguém possa ser instigado à
inspiração?