Na escrita não se pode falar de confiança, antes da honradez do engano.
As taxas crescentes dos juros são, para uns, um custo, para outros, uma renda. Na escrita eles se tornam os dois, quanto mais eu me aprofundo no texto.
Acho que os objetos não conhecem seu material, os gestos não conhecem seus sentimentos e as palavras não conhecem a boca que fala. Mas para nos certificarmos da nossa própria existência, precisamos dos objetos, dos gestos e das palavras. De quanto mais palavras pudermos nos servir, mais livres seremos. Quando a boca nos é proibida, procuramos nos afirmar por meio dos gestos, até dos objetos. São mais difíceis de ser interpretados, permanecem insuspeitos, permanecem insuspeitos durante algum tempo. Podem nos ajudar a transformar uma humilhação em algo digno, que permanece insuspeito durante um tempo. (p.19-20) Herta Müller- Sempre a mesma neve e sempre o mesmo tio
Perfeito!! Saber se expressar bem é um trunfo na vida.