A expressão do homem, suas vozes. O som do ser humano, o gesto, o andar, o escutar, mais uma vez o som genérico das vozes que não cantam soltas, nem livres, mas engajadas nos espaços permitidos, decodificadas por outras vozes. O homem entre outros homens: dizemos para ser ouvidos, escrevemos para ser lidos, e pintamos para sermos vistos, fazemos música, e compartilharmos o Eu. Um Eu que se formou de experiência, e leituras absorvidas. Este mesmo homem quer, então, participar. Agir e fazer através da escrita: expressar. Escrever nunca é a cópia do que já foi feito, ou, pelo menos não deveria ser. Escrever é instalar-se na recusa do estabelecido. O ato de escrever supõe coragem. Mas escrever assegura mudanças, implica em não se deixar apenas ocupar. Interiorizar-se, observar, mas participar de uma forma contundente do mundo. Reconstruímos, e ou alteramos o estabelecido. Escrever é registro da intenção. O texto, espaço expressivo de quem escreve, é sedução. Seduzir requer toda uma aventura: admitir a necessidade de um propósito. O corpo do escritor se junta ao corpo do leitor num abraço que busca a resolução do amor. Assim, a atividade de escrever insere-se entre as outras atividades sociais. Escrever, então, é fugir da alienação. Escrever é armadilha amorosa. Elizabeth M.B. Mattos – outubro de 2012 – Porto Alegre
Escrever é registro da intenção. O texto, espaço expressivo de quem escreve, é sedução. Seduzir requer toda uma aventura: admitir a necessidade de um propósito. O corpo do escritor se junta ao corpo do leitor num abraço que busca a resolução do amor. Assim, a atividade de escrever insere-se entre as outras atividades sociais. Escrever, então, é fugir da alienação. Escrever é armadilha amorosa. Leo Leike, personagem de Daniel Glattauer diria que ” Escrever é como beijar, só que sem os lábios. Escrever é beijar com a cabeça. ” Adorei essa analogia. Por isso é tão bom escrever…