incompetência

Os outros sabem mais do que eu. Em princípio, não aborrece. Depois aborrece. Aborrece bastante. Escrevo, escrevo, escrevo e nada concluo, então, não escrevo apenas desejo… Elas, as histórias, esbarraram no vazio, na incompetência: para viver é preciso ser competente, para contar história é preciso ser competente. Escreve-se, mas não se diz nada… Morte certa. Contar, escrever, quais outros expressões existem? Poetar? Relatar? Copiar? Sem a competência da leitura, do desejo, do olhar, sem obrar não conseguirei. Na medida em que escrever é viver, a tal competência  se faz urgente. Estas histórias são reais? Não. Viver não é real. Repete-se o fictício na química mágica de misturar, aonde o talento não se esconde, mas espuma borbulhante. Ele se reproduz. Sobrevivência. Se as histórias fossem verdadeiras não seriam importante. História é remendo. Discutir o fato seja verdade ou mentira não é relevante. Os limites são sociais, éticos, emocionais. A veracidade está na forma de escrever e na forma de ler, e na minha invenção. A leitura é o peso, o encontro, o entendimento perfeito ou imperfeito; este é o banal conceito de verdade, verdade verdadeira, experiência do espelho. Todos os autores, escritores, jornalistas, cronistas e poetas escrevem a verdade… Eu não. Os leitores sabem da verdade deles próprios. As minhas, as de ninguém? Que importa? Livros fechados embelezam estantes, corredores, ou são queimam para diminuir o frio, interditados… Quando as geleiras desaparecerem, e  inundações engolirem esta terra, quando o sol arder noutro pedaço do mundo, ainda assim leremos. Aberto o papel, preenchido os brancos, pontilhadas as linhas começo a contar uma história, contá-la com reticências, omissões.  Instigar o tempo, isto é, a idade, como ampulheta de veracidade. A categoria ficção, autoajuda, teoria, roteiro, biografia, autobiografia, bisbilhotice, uso, mesmo no erro, acerto. UFA! Posso deixar por conta da cronologia? Um personagem inacabado já é história, ou parte dela. Um texto!

Era uma vez uma certeza: em certeza afogada. Caminho incerto. Olhos abertos… A dúvida ilumina porque não acaba este te procurar/desejar/, nem este sensual derramado desejo a desejar. Elizabeth M.B. Mattos – menina / guria / mulher / fêmea /nuvem de chuva explodida… Danado de mundo bonito! e as palavras não chegam…, eu ainda te quero tanto! Bom!

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s