A desordem aumenta, aborrece e justifica. Atordoada sem resolver o problema paralisa: roupas, livros empilhados, papéis, fotos, louças e talheres a serem encontrados e copos desaparelhados. Desânimo. Mentalmente visualiza o lugar certo, e a beleza. Sim, importa a beleza. Lembra de Anita… A casa onde jantamos ontem: estrutura perfeita. Madeiras, vidros, luz, móveis tão feios! Recorte de beleza, não o cheiro, nem a possibilidade inteira. O bom gosto servido nos detalhes. Boa comida, boa música. E assim mesmo esvaziada. Sente o desânimo. Engole possibilidades. Invalida. Aqui e agora não visualiza projetos. Alimentar a certeza. Este fazer necessário. No entanto precisa do ócio. Atropelada por possibilidades tropeça. Imóvel. Gostaria de permanecer por muito tempo imóvel. Depois, acometida pelo súbito desejo escreveria páginas e páginas. Aquelas tantas letras que prendem a garganta, e fazem gaguejar, escamotear… Esconder o gesto. Saltariam os projetos. Acaba de bordar a estratégia… Fios de linha azuis e verdes, agulha fina. Segue o risco imaginário, Laboriosa menina! Abre Judas, o obscuro… Ainda nos primeiros capítulos, mas volta ao Fausto. Thomas Mann presente. Senta e lê mais dois capítulos. A disciplina meio ao caos. Escreve um bilhete:
Obrigada pelo poema, Itaci ficou feliz. O livro é bonito, verás as belas fotos! Já encaminhei tudo. Estás sempre tão perto! Eu me embalo. Perdi o ritmo das longas cartas…
No início este blog te parecia uma idéia muito simples, inofensiva. Escrevias o tempo todo mesmo, escrever no blog na te fez diferença na rotina. E eis que fez! E agora publicas, é tudo lindo e acontece. Saudade, enquanto ouço Henry Salvador. beijo
Quero escutar também! Obrigada pelo beijo. Por tuas palavras.