Maria Camargo, mulher de Iberê Camargo morreu. 
Pensei nela durante a viagem do Rio para Porto Alegre. Estava de alguma forma perto de mim. Companheira apaixonada e fiel. Ocupou-se com esmerado cuidado do homem Iberê, tanto quanto do pintor. Participei durante 30 anos da vida deles, fui testemunha desta intimidade e fidelidade. Vários pontos nos uniam. Rio Grande do Sul, arte, amizade com o escritor de Pioneiros e Bandeirantes, meu sogro, Vianna Moog, viver no Rio de Janeiro. Foi na Aliança Francesa de Botafogo que nos conhecemos pessoalmente, 1974. Maria na luta contra a doença que o matou… Maria divide injustiças e justiça quando do famoso “acidente” que os levou de volta a Porto Alegre de Nonoai. Organizou por data de chegada minhas cartas de três décadas com o pintor. Lutou para que a Fundação Iberê Camargo saísse do projeto idealizado por Iberê e pelos amigos para a realidade. E também assumiu a publicação de GAVETA de GUARDADOS. Maria pediu que devolvesse os originais do livro para entregá-los a Massi. O fato foi constrangedor, e me afastou. Flávio Tavares e eu interrompemos o trabalho, mas isso já é outra história… Na viagem desta lembrança penso que deveria ter sido menos rígida, menos apaixonada pela questão, talvez, mais generosa. A rigidez interior alardeia ciúme, ou foi a morte de Iberê que desintegrou amizade, gerou silêncio.
Ela, como Iberê, não gostava dos meus cabelos brancos.
Eu também só sei contar na primeira pessoa. Mas essa primeira pessoa, é só a primeira e é só.
Bejuca, Mana.
Está questão da primeira pessoa é uma armadilha. Ludibriadora, e fantasiosa. Esquisito. A verdade se mistura com a fantasia assim mesmo.
Lindo comentário ! Cheio de surpresas e carinho talvez até um amor platônico nas entrelinhas …. Beth também acho muita mocidade ainda para cabelos cor da lua , pois em ti nada parece triste é tua beleza ainda é muita para te esconderes assim!!! Um grande abraço desta amiga de nossa quase infância !!! Beta