Um rasgo de luz no céu. Frio, como se fosse inverno, mas é outono. Das laranjas, dos cítricos, e do fogo, aquecendo, ainda pouco, sem pinhão. Ou com pinhão? Vagares esquecidos. Cristovão Tezza: ”Todos os significados reais estão fora das palavras.” Gostei da liberdade, do casamento aberto. Respeito ao amor. Mesmo amor aos filhos que não compreendemos, e aqueles que abandonamos, sem o desespero de envelhecer, apenas uma costura para encontrar o sentido da vida. Assim o livro O Professor vai se compondo, fácil assim, mas não é. Ainda: “É impressionante a rapidez, a eficiência com que o ouvido brasileiro procura e descobre todas as nuances ocultas de significado no evento da fala enquanto as palavras todas discorrem sobre outras coisas que não têm nada a ver, e é impressionante como também respondemos com palavras que estão longe do que importa, mas deixando nas frestinhas da sintaxe os sentidos secretos do que realmente queremos dizer. ”
” – Em outras palavras, professor: o ouvido brasileiro é o ouvido mais apurado do mundo para interpretar o não-dito e responde a ele. Ele se alimenta daquilo que não é dito. A percepção brasileira navega quase o tempo todo no subentendido.” (p.140-141)
Portão Azul, depois do começo. Ainda em junho de 2014. Elizabeth M.B. Mattos – viajando nos livros…