“Silêncio é palavra do meu vocabulário. […] Sei como se pode especular com o silêncio, como medi-lo e enquadrá-lo. Mas agora, sentado nesta pedra, vivo o silêncio; um silêncio vindo de longe, denso e tantos silêncios, que nele a palavra adquirira um fragor de criação. Se eu dissesse algo, se eu falasse sozinho, como faço frequentemente, assustaria a mim mesmo.” (p.104)
“[…] lá onde começa a proliferação de suas ilhas incontáveis, a cem léguas do Oceano. Junto a ele, que é celeiro, manancial e caminho, não valem as agitações humanas, nem se levam em conta as pressas particulares. Os trilhos e as estradas ficaram para trás. Navega-se contra a corrente ou com ela. Em ambos os casos é preciso ajustar-se a tempos imutáveis. (p.105)
Alejo Cartentier, Os passos Perdidos, – tem como cenário a Amazônia. O romance expõe a visão de Carpentier do mundo, e da história: uma contínua procura do começo de tudo.