Sofro no calor. O calor sai pela pele, transforma, e se remexe no corpo. Estranhezas e prazer. Vai-se uma estranheza, encontra-se um afeto, já desafeto, no tempo tudo se transforma, desmancha-se no ar… Nós nos perdemos nos abensonhados livros que nos abraçam, desgovernados. Hoje de manhã, depois das trovoavas, do parabéns, café e pão com manteiga. Chuva e sol. Finda a conversa cinza de tantas discussões climáticas volto à livraria pra buscar aqueles títulos com quinze por cento de desconto, como o prometido a cada dia quinze do mês. Enfrento a pouca sombra, mas vou contando amoreiras, pitangueiras do pomar circular da lagoa.