Haruki Marukami, 1Q84.
“Eis o mundo do espetáculo
em que tudo é fantasia;
Mas, se você acreditar em mim,
real ele se tornará.”
Luas, duas, ou três luas no céu. Que inveja deste poder! Mundo, o meu, carregado, perigoso, intenso! As luas. Sim, temos duas luas, ou quatro, e o paralelo. Considerações, violência, solidão, e plenitude: “Não importa o que aconteça ou o que eu faça, preciso lutar para que isso se torne real.” E a sintonia não se faz senão no amor. Do amor, o específico amor da criança que fomos, que somos, por favor, estende tua mão. O entendimento da inteireza: fiel, vinte anos, ou trinta, cinco, ou já sessenta anos passados. Onde estou?
Há que sentir o outro na lágrima, na entrega e acreditar na plenitude. Acreditar. O sentimento invade. Confiança absoluta: vou te seguir, estou sentido a tua mão na minha mão …
O livro segue descrevendo, pintando um vazio de detalhes, e inteiro, completo. Não exatamente uma história de amor, mas de paciência. A perfeição da religiosidade, sermos nós mesmos. Conduta coerente. Sabemos o fio condutor raro difícil. Deus e coragem. Do vazio completo a integração perfeita em pequenos gestos.
“- Cidade dos gatos?
– É uma cidade onde impera uma profunda solidão durante o dia e gatos grandes ganham o controle durante a noite. Há um rio bonito e uma velha ponte de pedras. Mas não é um lugar para nós ficarmos. “(p.446. Livro 3)
OBSERVAÇÃO, em tempo
Exagerei nas luas. Só podem ser duas. Esta é a metáfora. Se forem muitas, será desdobramento excessivo. Realidades com tanto plural acumulativo vira esquizofrenia … doença. Haja resguardo! No livro a medida é justa, no fantástico real, no imaginado real, na imaginação real. E ainda temos um bom percurso literário, pinceladas adequadas, citações por extenso, bem do meu agrado. Um autor na alma de outro autor. Outro mundo, outro texto-livro. Viagem longa, enriquecida: degustada. Vejo outras ilhas. Acrescento autores nas estantes. Volto a leituras já feitas, renovo. Para quem escreve citar é uma isca. Algumas indicações conhecidas, mas sempre outras cerejas. Pontuar a bagagem literária, bom para o autor, bom para o leitor. Outras luas!Elizabeth M.B. Mattos – janeiro 2015 – Porto Alegre
Beth, a imaginação é uma dádiva , uma viagem que propomos e dominamos os caminhos.
Usá-la algumas vezes, ótimo .
Mas fazer disto caminho principal, sejamos cuidadosos.
A falta de satisfação com o presente ,é que nos leva para o passado ou um futuro inalcançável …pois ele nunca acontece e a frustração e magoa se apresentam.
Sonhar é preciso, viver e mais preciso!