– Tarzã? Mas eu conheço bem este Tarzã! É um que se balança, de tanguinha, ao longo dos cipós, gritando e bate no peito?
– Pffff!…Um minuto! Não se sabe se ele tem inimigos nem amigos; ele dorme pouco, não bebe, nem fuma; prudente e encurvado, ele arrasta sua alta silhueta magra e desengonçada pelas clareiras do mundo inteiro. Ademais adquiriu o estranho costume de morar onde trabalha, nas próprias obras em que dirige homens e máquinas.
– Queres chamar o Tarzã?
Notícias pelos poros. Frio e calor ao mesmo tempo. O poder onipotente é o foco. Feiticeiro ou sábio. O Tarzã, o meu. Fazedor de mágica, anedota, estória. Aquele que merece a fama cria invejosos.
À tardinha, depois da sesta, no momento em que o sol começa a se pôr, o feiticeiro interroga acerca de coisas obscuras e complicadas, repetidas vezes. Fatos se agitam, tresloucados, e se misturam, apertam…Ironia dissimulada, a pergunta insiste. Flagrante delito de ignorância! Não sei como chamar o herói. Silêncio. Sorrindo a plateia aplaude. Elizabeth M.B. Mattos – março – 2015 – Torres