Tem um fio invisível que segura, prende um sentimento ao outro sentimento, um olhar ao outro olhar.
Tem uma mão que segura outra mão. E aquela memória de tudo ser o mesmo, tudo igual já não é mais…
Já somos grandes, pessoas, adultos. E diferentes. Se espalha urgência desastrada. Quero os pés no chão, verdade pequena. Chorar qualquer lágrima… Entender.
E o pedaço de pão que reservei, o pote de água, a cama que deves descansar, te esperam, estranhados. E não vens. E não virás. Desembarcou noutra ilha. Não falas. Não compreendes.
E eu te conto, escrevo, meu querido. Desde muito pequena converso, brinco e falo contigo, amado imaginado. Foi tudo amarrado naquele fio esticado de ter doze anos, quatorze anos, quinze anos. E nos engalamos para dançar naquele baile.
As tuas areias, as tuas pegadas, outras. O teu mar, tuas terras, outras. Arrozais e pradarias ao vento: colorido teu mundo de luz, leveza, e sol.
Encantado, juvenil, descabelado crisântemo, alegre margarida. De sorrisos e leveza, crianças e balões. Outro quintal. Vamos nos encontrar entre os perdidos – desaparecidos, reencontrados, achados.
Outro mundo, outro amor. Outro encontro. E vais me sorrir uma vez… Elizabeth M. B. Mattos – abril – 2016 – Porto Alegre
