muito perto bem perto

A presença física do outro o estar perto/ junto, bem perto importa. Aí reside a sensação de liberdade. Sim. Na entrega física e necessária, a liberdade.  É a vida a pulsar.  É preciso tocar, sentir a pele do outro, o cheiro. passar a mão… E lá está o carinho. O carinho que o corpo humano deseja.

Apenas divago e sinto, apenas sou eu… No meio da noite Nelson Freire toca The Nocturnes de Chopin. A música! Falta o toque e o aconchego da mão no corpo.

Faço carinho na Ônix, sinto o pelo macio. Ela dorme, se volta: patas para cima, jeito feliz de cachorro. Confiante. O toque faz a diferença.

A presença física do outro o estar perto/ junto importa. É preciso tocar. Passar a mão e sentir… E lá está o carinho.  Elizabeth M.B. Mattos  – Torres, julho de 2017

AS BALEIAS estavam PERTO

Em agosto as baleias chegam… Pode – se fotografar!

o casamento

Tanto tempo, tanto tempo juntos!  Esqueço de ser um, sou sempre o todo, todos. Beijo pronto, abraço certo: vozes… Cheiro de café forte, pêssego, também abacaxi. Também o beijo demorado, o toque. Nunca sinto frio, nunca sinto dor, nunca escuto o silêncio, mas o piano…   Os olhos, e as mãos correm e aquecem. Estou no lugar certo com a pessoa certa no momento de sempre… Somos dois. Ou três, ou cinco.  Neste amor de tocar sentir o cheiro e abraçar somos nós, tu e eu. Casamento é cotidiano suado, apressado, corrido e amoroso. Eu sei porque preciso voltar para casa.  Elizabeth M.B. Mattos – julho de 2017 – Porto Alegre

TODOS os filhos aeropporto

FILHOS E RISADAS MARAVILHA DE FOTOTODOS OS FILHOS AEROPORTO MAIOR

ABRAÇO FANTÁSTICO DA JOANA José PICORAL

LUIZA E EU BRANCO E PRETO

tocar e sentir

Não estou preparada nunca estarei …  No momento que te necessito/preciso, ou te desejo e te quero você escapa … desaparece. A urgência me atropela. Caio no espanto e me surpreendo … avanço um pouco mais quieta, mais triste, mas muito mais tua. Você me espreita.

Se vou ao encontro, bem sei que não sou/ não somos, …  vejo fantasmas inquietos acomodados na sala.

Amores guardados que nem amores nem amoras foram. Passagem invenção  visita engodo. Queixa pequena, solta, sem sentido, e importante. Pedra tesoura papel água e terra, então eu grito então fico triste e depois fico alegre.  É preciso enraizar o corpo e tocar e sentir, tocar e sentir. Elizabeth M. B. Mattos, Torres

Significa ocupar o corpo completamente. Ter sempre a atenção concentrada no campo energético interior do corpo. Sentir o corpo bem lá no fundo, como se diz. A consciência do corpo nos mantém presentes. Ela nos dá uma base firme no Agora.” (p.94) Eckhart Tolle, O poder do Agora, Editora Sextante, Rio de Janeiro, 2002

ADOREIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

pequena caixa ou caixa pequena …

A liberdade não está ao nosso alcance … ao alcance da mão, da cabeça, mas solta no íntimo da alma. Não domino o sentimento que me afasta, ou aproxima desta ou daquela pessoa … A natureza de ser/ter/ estar se altera no cansaço, no corpo físico, e por dentro …  Escrever sobre eu mesma, ou como me sinto, enxergo ou me vejo,  …  difícil, embora possa ser apenas descritivo. Exercício pesado.  Elizabeth M.B. Mattos – Torres 3 de julho de 2017

Volto a um velho texto de um velho livro: “Existem numerosas espécies e gêneros de hortaliças, porém todas, segundo nossos princípios de classificação, jazem no lodo. Crescem aí e aí são colhidas. Batatas, tomates, chicória e nabos. Seres não – humanos e seres humanos. Alterando a analogia, poder – se – ia dizer que vivemos vidas que estão encaixadas desde o nascimento à morte. Desde o ventre de que nascemos à caixa da família, da qual progredimos para dentro da caixa da escola. Quando saímos da escola, já nos tornamos tão condicionados a viver numa caixa, que, daí em diante, erigimos própria caixa, uma prisão, um receptáculo em nossa volta … até que, finalmente com alívio, somos introduzidos no caixão ou no forno crematório. ” (p.35) Davis Cooper, – Psiquiatria e Antipsiquiatria, – Editora Perspectiva, Coleção Debates, São Paulo 1967

Além das nuvens Win Wenders e M. Antonioni – Par délà les nuages

“A coisa mais difícil é não se interessar por nada. Não ler, não ter nenhuma distração. Alcançar o silêncio e a escuridão. É no silêncio que a realidade se acende. É na escuridão que as vozes chegam de fora”.

“[…] por que preciso tanto ouvir as palavras? […] olhos estão na moda, as palavras estão dentro de nós.

Corremos atrás de coisas e perdemos a alma.”

Dúvidas, arrependimentos, pesares. O limite de nosso cérebro, de nossas experiências, cultura, de nossa inspiração, de nossa imaginação, pesares. Sinto preguiça. E, ao invés de pensar nas coisas prefiro sentir as coisas.”

Para ser feliz é preciso eliminar seus pensamentos […] fugir para longe do corpo, o corpo nunca está satisfeito

O que significa estar satisfeito? Estar feliz? Estar… Não sei. Liza M.B. Mattos – Torres,  inverno, julho 2017

Outra vez

Ir ao teu encontro tem gosto e cheiro de boa memória.

Estou encabulada como se fosse o primeiro encontro, a primeira taça de chá, a primeira vez tua voz … De volta ao melhor de ser eu, de sermos nós dois outra vez … De volta ao medo juvenil da estória invertida inventada (no vento de inverno) e agarrada na boa fantasia de sermos dois, outa vez … Elizabeth M.B. Mattos  – Torres 2017.

tão curta…

A vida é tão medíocre, tão vazia…

e, depois, tão curta!

Tão, apavorantemente, curta! Só exite uma única felicidade…  encontrar nesta estrada um ser/ um alguém que nos ame, ou conseguir nos encontrar a nós mesmos, entender…

La vie est si médiocre, si vide… et puis… si courte… si afreusement courte! Il n’y  a qu’un seul bonheur… c’est le rencontre sur sa route un être qui vous aime…”(p.55) Arthur Schnitzler, La Ronde. Librairie Stock, Paris 1934.

A camareira trouxera o casaco de pele; algo distraído, Fridolin beijou Albertina na testa e nos lábios, como se a conversa da última hora já houvesse sido apagada de sua memória, e partiu apressado.” (p.18)  Arthur Schunitzler, – Breve Romance de Sonho –  São Paulo, Companhia das Letras, 2000.

Stanley Kubrick se baseou nesta novela para realizar o último filme de sua vida – De olhos bem fechados,  –  uma história sobre o medo. Certa noite, durante uma troca de confidências uma mulher provoca e seduz o marido ao lhe contar uma fantasia sexual.

Conversas perigosas de dois apaixonados! Um NADA termina o AMOR, e tudo se transforma em angústia, raiva, desprezo, dor, – e o amor se esvai/acaba/termina no vazio de não mais amar!  É o dizer levianamente o que nunca deveríamos ter dito. Desejos ocultos e perigosos. Terrível erro o de contar/ sussurrar, confessar/ desabafar. Porto Alegre, 28 de outubro de 2011. Torres, julho de 2017,  falar pode ser o grande pecado, o bom mesmo é sentir. Elizabeth  M.B. Mattos