Fragmento, não posso transcrever o conto inteiro, ou posso? Não consigo pegar o ritmo, o compasso certo desta narrativa que respira, fala, gesticula e pega na surpresa o leitor. Tudo inquieta e atinge surpreende. Tem tanto e tanto neste livro do Flávio. Elizabeth M.B.Mattos – agosto 2017 –A livraria Bamboletras vende o livro – GURIS – e vale a leitura.
“A criança feliz não se contém, necessário integrar momento, que não sabe ao certo, realidade ou sonho. Pai, e não será a vida um eterno sonho?Tu lembra, pai, uma noite eu acordei agitado e fui até a tua cama e perguntei, Pai, por favor desliga essa máquina de sonho ruim? Pai, ser feliz é sonhar com essa máquina desligada. Pai, já sei o que vou levar para o meu melhor amigo da escola. Flores.” […] (p.113)
“O peito guarda a humanidade. Aperta quando se despede do filho. Eles se soltam na vida, mesmo o mundo ainda início, é normal. Engraçado, a pureza de presentear o melhor amigo com flores recém – desabrochadas num inverno agonizante, e vergonha de empunhá -las, sufocando no interior da mochila. Medo exatamente de quê? A escola é perto, sequer precisa galgar ônibus. É esse o papel, empurrar filho para a vida, assim, de peito aberto. Viver é importante, meu filho, ser feliz é secundário, há que se arriscar. Enche de sonho a vida, o resto vem sozinho. Dá um beijo no teu pai. Vai com Deus, meu filho.”(p.114)
Flávio Sant’Anna Xavier, – GURIS – Lajeado: WS Editor, 2016. Ilustrações do autor.