do outro lado

Madrugada. Escrevo aflita e confiante porque estás do outro lado, e me entendes. Fantasma tu você nós. Uma ideia um grito, e uma loucura de amor. Estranho sentimento deste gostar nebuloso. Não existe o físico o real. A ideia se dilui na fantasia porque se for real, de corpo com corpo, voz com voz…

Se sentir cheiro gosto e prazer: descobrir / mostrar uma ideia de infinito será vida… Olhar nos olhos escutar a voz, e saberei. O sentimento não pertence ao corpo que imagino, e tudo se desfaz. A crueldade/ dureza da pessoa, o eu que nunca está pronto para o amor do amado. Somos outra vez/ sempre / ainda crianças. Estamos, tu e eu, amontoados em baixo do piano de cauda da casa de Ana Maria na rua Vitor Hugo. Cartas do baralho definem o Rei e a Rainha, e com o trotar dos cavalos pela floresta atravessando pontes vemos o castelo. O vento da janela aberta derruba as cartas: portas janelas corredores desabam, … recomeçaremos. A brincadeira não termina naquele fim de manhã. Elizabeth M.B. Mattos –  fim de novembro 2017 – Torres –

E, enquanto chove… Como chove! Penso:

Há um saber, um saber pouco que é mais do que nada, não sendo muita coisa … um saber de ti e nosso que é pouco! Mas no interior deste entendimento rarefeito descontínuo de tão pouca informação tua presença deixa rastros indícios e aromas que se misturam, os teus nos meus. A continuidade se antecipa e espera/aguarda o saber recíproco que existe além de nós os dois…  Este saber tem um sabor que se regozija neste provisório incompleto que não sabe, e nem necessita saber: desencontros, ou perdas ou descaminhos, pois é amor. Do amorasazuis.com: sabes o que não sei –  25 de abril de 2017 – Torres – Elizabeth M.B. Mattos

“ J’ai rêvé, l’ autre soir, d’ îles plus vertes que le songe … Et les navigateurs descendente au rivage em quête d´une eau bleue; ils voient  –  c’ est le reflux  – le lit refait des sables ruisselants:  la mer arborescente y laisse, s’ enlisant, ces pures empreintes capillaires, comme de grandes palmes supliciées, des grandes filles extasiées qu’ elle couche em larmes dans leurs pagnes et dans leurs tresses dénouées.

Et ce sont là figurations du songe. Mais toi l’homme au front droit, couché dans la réalité du songe, tu bois à même la bouche ronde, et sais son revêtement punique: chair de grande amour et c’ coeur d’ oponce, figure d’ Afrique et fruit d’ Asie… Fruits de la femme, ô mon amour, sont plus que de mer: de moi non peinte ni parée, reçois les arbres de l´été…” (p.111-112) Amers  – Saint- John Perse – Poesie Gallimard

P. S. Necessidade de trabalho: dedicar seis horas ao projeto.

pedra e poema sentido certopedra e poemamuro de berlim pedaço

Um pedaço do muro de Berlim, – recolhido no dia  da grande festa! Ana Maria M.B. Vianna Moog estava em Berlim

muro e livros

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s