se eu pudesse estaria do outro lado
se eu pudesse seria nuvem;
se eu pudesse estaria no Japão
se eu pudesse seria magra magra, magérrima,
e o neto me levaria nas costas (ou na mala).
“Creio que para o artista, assim como para o público, arte é uma coisa que não existe; ela existe apenas para os críticos e para quem é dominado pelo cérebro anterior. Artistas e público são como sismógrafos, limitam-se a registrar uma descarga eletromagnética que não pode ser racionalizada. Tudo o que sabemos é que alguma transmissão acontece, verdadeira ou falsa, bem ou malsucedida, ao sabor do acaso. Não adianta tentar decompor e analisar seus elementos – não se chega a lugar nenhum. (Suspeito de que essa abordagem da arte é comum àqueles que são incapazes de render-se a ela!) Um paradoxo. Enfim.” (p.89) Lawrence Durrell Mountolive terceiro volume do Quarteto de Alexandria
E.M.B.Mattos – janeiro 2018

Foto: Japão 2018 Julho in Yugawara – Nanique Kok Instagram: naniinnihon