Fantasmas existem. Os mortos voltam, e os vivos não entendem nada. E, se queixam escorregam, …enquanto lotam aviões trens e barcos. E cansam em reuniões! … e, são felizes! Este mundo segue, não estou nele.
Pensando no vazio deste dia: …, uma certa angustia transborda (inexplicável): com que olhos diferentes vejo a vida aos dez anos, aos vinte, aos trita, aos setenta anos! O solitário tem consciência dessa metamorfose psicológica. Causa admiração a necessidade de esconder tristeza esquecer sofrimento doença e a morte. Sufocar queixas. Esquecer ontem. Passar um pincel por cima das tintas daquele quadro, e pintar outro sol outra ventura, … estranho! Como esconder em poucas horas o sentimento dolorido de tanto tempo? Nada substitui a perda, nem o novo agora / ou novo encontro. Ilusão, não verdade … Palavras não substituem vida. Sou eu exatamente eu na fantasia. Amanhã quero amanhecer silenciosa, inteira. Não tenho nada para dizer. Estou cansada. Amanhã vou contar histórias. Elizabeth M.B. Mattos – janeiro de 2018 –