Adormece o envelhecido corpo. Cabelos ralos, rosto deformado. A velha se remexe na cama procura o sono: nada. Uma palavra puxa outra. Ideia firme de fazer e desfazer. Trocar ficar ou ir. E o fluxo segue … O desconforto da idade. O poder vai diminuindo no passar do tempo como acontece com as crianças. Fico desastrada distraída ensimesmada susceptível. Copiamos e erramos. Pequenas observações pontuam um jeito de ser. Ouvir a reprovação incomoda. O olhar tolerante desaparece. Ao envelhecer cada passo tem o peso de um ano. O gesto define desenha reafirma. Cavernas necessárias! Não é possível lutar nem querer nem mudar. Aceita-se o mundo. A greve é um protesto. O protesto um grito. O grito a revolução. E depois a guerra. Elizabeth M. B. Mattos – maio de 2018 – Torres