É preciso descobrir o erro, e não a verdade. Carlo Suares
Para poder ter esperança no que não engana, é preciso primeiro desesperar do que engana. Georges Bernanos
O inimigo que se combate com mais tenacidade é um morto. Émile Faguet
Estou em estado de amor / apaixonada por uma sombra que se fez sombra sendo pessoa, e sei, não passa de um sonho. Acho/penso/ imagino que vivi por muito/tanto tempo com os olhos embaçados. Eu não vi/olhei/enxerguei o caminho. Caminhei mecanicamente empurrada pela necessidade, absorta, distraída, mergulhada num Eu que se dissolve inseguro medroso, bobamente, alegre e distraído. O que estou sentindo/pensando? Imagino ser do vazio do nada a desesperança… Até hoje não compreendo o mundo nem as pessoas, nem o olhar. Eu que busco um abraço no pote de ouro do arco-iris. Que infantil e boba criança sou neste envelhecer lento, arrastado de um inverno forte e decidido de 2018. Elizabeth / Liza ou Beth Mattos
Como diz Morin, “Cada um de nós, quando ama outro ser, ama – o realmente / miticamente; cada amor é entretecido de carne e de sonho … Assim, o problema não é viver num real puro, livre de mitos, pois, deste modo, este real desmoronaria. O problema é reconhecer e elucidar a realidade do imaginário e do mito, é viver uma nova geração de mitos, os mitos reconhecidos como mitos, é manter uma nova relação não mais doente, não mais sangrenta, com os nossos mitos; é possuí – los tanto quanto eles nos possuem.”(p.81)
Citações (p.195) Edgar Morin – Para sair do século XX
“Estamos passando por um desencanto necessário. Temos que viver num mundo desiludido. Mas o mundo desiludido não é o mundo chão e prosaico dos interesses egoístas: é o mundo que se livrou da estupidez das soluções definitivas, do futuro radioso, do progresso indefinido e infinito: é o mundo estranho, terrível, patético, alucinante em que estamos, em que podemos e devemos arriscar nossas forças de amor, mas não nos falsos messias.”(p.80)