‘O que é o amor?’
‘Não sei.’
‘O amor é o nome que se dá ao laço que une Kemal a Füsun sempre que eles se deslocam pelas ruas ou calçadas; entram em casas. jardins ou salas; ou sempre que ele olha para ela sentada no pátio de uma casa de chá ou num restaurante, ou sentada à mesa de jantar.’
‘Hummm …Gostei da resposta.’, dizia Füsun. ‘ Mas amor não é o que você sente quando não me vê?’
‘ Nesse caso o amor se transforma numa obsessão terrível, uma doença.’ (p.458)
[…] Por um breve instante de acanhamento, eu vi o corpo de minha amada, e então ela se afastou a nado, tão depressa que dava a impressão de fugir de mim. As bolhas e a água agitada no rastro de seu mergulho, a luz maravilhosa, o azul muito escuro do Bósforo, seu biquíni preto – tudo isso se combinou em minha mente para formar uma imagem indelével, uma sensação à parte.” (p.462) Orhan Pamuk – O museu da inocência –
Eu tive um biquíni preto. E um dia perdi a parte de cima numa onda do mar. Foi um susto, mas ninguém viu. Beth Mattos – julho de 2018