Fazemos tudo pela pessoa amada, menos voltar a amá – la.
Saudade é SER depois de TER diz Guimarães Rosa, cito assim do nada, sem referência. Anotado em algum livro porque tudo pode ser Guimarães Rosa, anárquico este citar e dizer o que vem na cabeça aleatório. E como é do meu jeito, remexo nos livros esparrados na mesa porque se atravessaram enquanto fiz a sesta. Sem dormir, sou eu. Não consigo. Hoje escutei rádio e me diverti e gostei. Alguém disse, a música e as fotos dominam o mundo. Canções, instrumental, som e fotografias azuis, rosadas ou brancas e pretas. Uma foto uma história. Uma canção poesia. Uma orquestra, o mundo.
[…] “Ele pode parecer um homem um homem como qualquer outro, pelo espírito democrático com que descerra seus problemas existenciais, comuns a todos. Na verdade tem um talento danado. Com coragem e modéstia inéditas (toda verdadeira modéstia é modesta), se apresenta sempre tal qual é, inclusive no mais árduo como a realidade familiar e sexual. Não apenas diz a verdade, mas toda a verdade sobre si mesmo, ao ponto de que, ao seu lado um Henry Miller, pródigo de recursos líricos e humorísticos, soar como literatura, ainda que às vezes de boa qualidade.” (p.185) Paulo Hecker Filho Saudades de Voltaire – Sulina, Porto Alegre 1998
Transcrevo, volto e vou me debruçando no que já foi escrito e dito. Paulo tem razão, se não houver absoluta e completa honestidade, nada importa, tudo já foi vivido, escrito, dito, falado. Repetimos, inúmeras vezes, a mesma coisa. Miller e Alexis em sua AUTOBIOGRAFIA EXTRAORDINÁRIA consegue. Vou citando e voltando aos livros lidos. Tomo fôlego, mas repito. Pensar e voltar. Difícil ser inteiro, e dizer da mágoa doida, e o incerto se contrai… Por que não olhar nos olhos… Não sei. Eu fujo, protelo. E não conto. Sem dizer está tudo explícito e tão claro! Beth Mattos / Elizabeth M. B. Mattos / Torres
Chorei! E o Paulo te razão mesmo…