“Estratos Del Amor. A los tres estratos del ser humano – carne, alma, espíritu – corresponden tres manifestaciones del amor, desde el rigurosamene animal instintivo hasta el amor espiritual, fenómeno peculiar del hombre. Pero nos aparecen en recintos herméticos, ni são estáticos, ni definidos, pues todo lo que se refiere a la vida es dinámico y contradictório. De tal manera que és fácil discernir matices sexuales en el más alto amor espiritual – Santa Teresa, San Juan de la Cruz -, como inesperados tons espirituales en el amor físico.” (p.31) Ernesto Sabato Heterodoxia
Meu avô Athayde, as duas filhas: Anita e Joana. Guardados, no tempo, em tempo salvas.
Vontade de transcrever em português, o nosso, mas a vizinhança é tão grande! Preciso? Não. Afirmo, tudo de/em Sabato encanta! A reler. E ficar! Apaixonada transcrevo em português: “O AMOR e AS COISAS. Diz Jung que o amor às coisas é prerrogativa masculina, miendras (como traduzo? apesar de?) embora seja um rasgo essencialmente feminino pelo amor a um ser humano. […] Pois o amor concreto da mulher aos seres que a rodeiam se projeta (se lança) nas coisas inanimadas que de algum modo estão vinculados a eles: uma pipa (pandorga), um traje (uma roupa), um brinquedo e, em geral, a todos os objetos que constituem (que fazem parte) do universo caseiro.” (p.17) Ernesto Sabato Heterodoxia
Estou no delírio. Sempre quis ser como minha mãe por dentro: forte, corajosa, intensa, apaixonada. Na vida, os sentires confessados confidentes, eu a julgava: não deveria ter feito isso, ou aquilo. Olhar-pensamento crítico de filha. No entanto, eu me despedaço, como ela a cada desencontro. No entanto, sou pacífica e conciliadora esverdeada como meu pai. Não o belicoso e o generoso viver da minha mãe. Volto a rotina (que me salva), e sigo em frente. A rotina que condena, como afirmou minha amiga Simone: sair desta rotina impulsiona, sacode. E…
Aferrada estou nas lembranças, e nos objetos: o que guardei traz pai, mãe na saudade. Pedaço de mãe, outro de pai, da tia Joana. Da minha avó Rita. Depois, colecionei a vida dos outros… Entro devagar na alma alheia, esqueço a minha. Hoje adapto o tamanho das coisas: demoro no livro, no retrato, no vidro de perfume, no lenço com renda (alguém ainda usa?), no lenço de segurar o vento… Eu me desfaço, ou coloco em caixas. Nas gavetas, prateleiras. Também na memória enquanto te espero em dias apressados. Penso: gosto de ser, gosto da vida, gosto da filha, do filho. Do neto e da neta, da sobrinha, da irmã… Eu mesma me gosto. Tudo singular, mais bonito. Elizabeth M.B. Mattos – abril de 2019 – Torres