amor marítimo, o meu

Demoraste tanto para chegar! Já estou enfiada nas velhas meias de lã e botei aquela casaco do fundo da gaveta com cheiro de naftalina. Encolhida, cinzenta, ventosa. Não posso mais esvoaçar nas vestes transparentes do verão. Guardei o sorriso. Chegou um danado de sono triste.

Fiz um chá, não bebi. A xícara aberta…passei um café aguado, e comi os biscoitos que sobraram na lata. As frutas encolheram, eu te conto, ainda estavam doces, meladas. Pensei que não fiz as comidas que gostas, não abri o vinho. O poema se desmanchou aos sussurros. Pensei no teu abraço, meu querido.

Demoraste tanto para chegar! Elizabeth M.B.Mattos – maio de 2019 – Torres com chuva

 

 

“As mãos têm hélice, tempestade e bússola.

Os pés guardam navios

Aparelham para o Oriente

O olho tem peixes,

A boca recifes de coral;

Os ouvidos têm noites e lamentos e ondas.

 

A vida é muito marítima.”

Murilo Mendes – O homem e a água

 

tentação de existir

Cioran: “Exilado por natureza, o homem pode sê – lo também por vocação” diz  Sylvie Jaudeau no seu livro CIORAN ENTREVISTAS. “Cioran escolheu as ‘ vantagens do exílio’ para estabelecer – se na ‘cidade do Nada’ (p.41)

Há pensar na palavra exilado, vocação, estabelecer – se e o NADA.

Turbulência não apenas interior, confusamente misturada a outros humores, e atabalhoada. Gosto de palavras. Elos que se tocam: amorosidade porosidade idade amor, cidade. E.M.B. Mattos – maio de 2019 – Torres

 

cartas

carta 1

Un journal est un miroir qui vous renvoie vos propres grimaces…” Paul Bowles (acabei de encontrar num velho jornal francês, estou a organizar, jogar fora velha papelada). Além dos diários que nos devolvem as próprias caretas, a correspondência. As cartas…

Tuas palavras e teu jeito único de dizer as coisas dança comigo. Quero reencontrar: o escrever solto, vida escolha -, tenho certeza da bagagem preciosa da tua memória. Estou envolvida com notícias, com a revirada do país um pouco sem graça, sem palavra, outro pouco querendo que o temporal traga uma leveza menos imunda, menos menor do que já é. Deste mínimo que foi o pronunciamento.

Estou a te escrever faz tanto tempo! …, penso na correspondência, na intimidade, e escorrego. Esquisito isto de escorregar e súbito insegura. E outras vezes eu também me sinto/vejo/percebo ser forte, uma fortaleza meio de sobrevivência. O meu pecado é cair na amorosidade. No desejo contínuo de encontrar o parceiro certo, o homem que eu imagino ou que está ali ao meu lado, escondido. E cá entre nós, este tempo terminou / acabou. Não faz sentido. É o meu lado infantil / de menina. Estranho que amadurecer seja um processo tão longo! 72 anos tem uma imponente estatura. Fatidicamente condenada a arruinar o próprio tempo de ser pessoa/mulher? Estou a divagar/perdida…Gosto de imaginar que vamos nos encontrar para o chá com bolo biscoitos e uma tarde inteira só para nós duas. Escreve. Te gosto muito e de nós duas conversando.

carta 2

Obrigada por teres ligado, por escutares, pacientemente. Eu lá fico pensando nas coisas ditas às pressas, nestes sentimentos atrapalhados que nos prendem, tanto quanto nos fazem voar. Um dia depois do outro, muitos, e uma parada no tempo. Quanto ao dinheiro gastei, meio sem pensar, em coisas bobas como lençóis, uma caneca aqui, um bule, uma fantasia. Um par de brincos. Revistas. Bobagens. Torres ajuda. Não tenho tédio, aliás, não dou conta do tempo, é rápido demais. Tenho problemas interiores adquiridos (antigos), pânicos, apagões, incapacidade… Gostaria de fazer de verdade, ter coragem. Fiz sempre mais ou menos. Não estou me lamuriando, são as culpas. O que é mais forte que a consciência? E roubamos assim, alguma coisa da leveza de nossos filhos. […]

 

carta 3

estranho como hoje tua lembrança veio forte e poderosa

 

carta 4

Lavando as roupas nível mínimo, prestando atenção aos saltos e ostentosa gritaria da lavadora, vou, aos poucos, eliminando o amontoado de lençóis, fronhas e toalhas da cesta. No intervalo arrumo a gaveta, reviso notas, passo endereços e telefones recentemente perdidos para a nova agenda 2014. (Maquininha infernal o celular!) Novos pregos na parede para novos quadros. Curioso toda esta agitação doméstica! E leio o jornal. Ação contínua de um bom domingo ensolarado, ventoso, assim bem fresco. Hoje cedo fui ao supermercado comprar pão, refrigerante, manteiga nova, detergente, e a Zero Hora.  Lendo de trás pra frente, destaquei a coluna do Santana escrita pelo interino Moisés Mendes, Gato ou Cachorro: “A vida e suas escolhas. Você acha que uma das grandes decisões da humanidade é esta que deve tomar agora, no vestibular, por exemplo, entre Engenharia e Medicina. Outra escolha: você tem que optar entre pegar logo aquela bolsa e ir para Paris, ou ficar por aqui mesmo, porque a Sorbonne já não tem tanto charme e a Bruna pode arranjar outro: você vai estudar o fim da pós-modernidade em Paris, volta insuportável e ainda perde a Bruna. Ou fica aqui não evolui como pessoa e perde a Bruna de qualquer jeito. Ou esquece a Bruna e se inscreve como candidato a colonizar Marte, com passagem só de ida. No fim as grandes decisões mesmo são as cotidianas que podem mudar muito mais a vida de alguém do que dois anos na Sorbonne. Uma decisão grave, que o mundo ocidental enfrenta é esta: gato ou cachorro? […] Gatos são femininos, cachorros masculinos. […] Cachorros, com certeza, sorriem.  Gatos são impassíveis, mas intuitivos. Dizem que os gatos previram, por agitação noturna, a crise de 2008 que quebrou Lehmann Brothers e as bolsas, um cachorro menos apegado a bens materiais, não entende nada de capitalismo. Mas, enfim, questões práticas dividem e unem gateiros e cachorreiros. […]” E segue citando nomes e motivos, muito engraçados porque as pessoas gostam ou desgostam deste ou daquele. Só faço pensar em ti e nas danadas das escolhas. Tuas, minhas, na loucura das decisões, no tumulto interno, no silêncio necessário, neste ir e vir das pessoas porque é verão. Para nós a estação do sol é boa como a das chuvas, e o mar está sempre lá nos recebendo, os cestos cheios de amoras, e todas azuis, o som das canções é francês, e as noites se invertidas, sempre divertidas, embora no mesmo lugar, sem ir e vir, mas ficar. Quanto a máquina de lavar encontrei solução. Uma delas é usar óculos todos os dias e ver longe e perto fica resolvido… Leio as letras miúdas das instruções. E escuto tua voz: “Nunca usei esta máquina de lavar!” Penso nas vezes em que estiveste perto e longe. Em Paris, ou Berlim, Boston ou Verona. Ou era Veneza? Depois o Rio de Janeiro, outra vez Porto Alegre, muito pouco Torres para usar a lavadora. A tua lavadora. Projetos urgentes, depois mutantes. Com as decisões do cotidiano priorizando as outras. E a vida acontecendo depressa como e fosse mesmo um risco no céu, um cometa, ou veloz como carro da Fórmula 1, ou surpreendente como o dia nascendo, e a noite chegando, o trajeto da roda gigante. Enquanto eu sigo sentada na poltrona da sala, pés nas almofadas, evitando aquela danada dor, lendo ou costurando, ou apenas olhando para trás. E tu neste ritmo todo, ora aqui, ora ali, cheia de sonhos e planos que dourados, azuis, ou verdes acontecem, acontecem na ponta da tua vontade corajosa. Penso em ti o tempo todo. Estará hidratando a pele, usando os produtos certos, cuidando do cabelo? Comendo o necessário, não pão, manteiga e café preto como a mãe, não dormindo muito tarde, mas vendo o sol nascer, fazendo exercícios para guardar a beleza, a boa beleza da saúde que a pele, as curvas mostram, e a juventude aponta. Tratando os pés, e os cotovelos. Segue tendo aquela imagem que só eu tenho, o cheiro que apenas eu sinto. Eu te vejo e te penso sendo tu mesma o tempo inteiro.

velhas cartas – hoje em maio de 2019 – madrugada

dois prazeres

Pensei em ti porque tens esta/aquela enorme biblioteca que ocupa a casa inteira: fascinante; eu me desfaço dos livros, não tenho espaço: pouco a pouco reviso, elimino, coloco em caixas e levam… Alguns pedem / perguntam, outros carregam o destino. Bibliotecas? Não se interessam. Ler ler mesmo, poucos leem, e as virtuais entraram para ficar… Nelas o mundo real e o imaginário , outro universo. O que te explico, ao acaso, envolvida com os poetas a medir traduções e carregar poemas, encontro os Haiku, o tal livrinho que o Érico escolheu para me dar naquela visita e saudade. Escondeu no inglês minha paixão pelo francês. Não ouviu, se emocionou… Dedicatória  hermana, e …outra história por trás, atrás.  Mafalda me presenteou, mais tarde com volumes do próprio Érico, carinhosa: nunca sei se é a mãe que importa, ou a Friga, o Moog, outra fatia. Ou tudo misturado. Cá estou com o livrinho entre as mãos conversando contigo… As fotos se perdem, voltam na minha imaginação, seguram momentos, instantes e se soltam… Tanta coisa para dizer, nada para contar, vou voltar  escrever. Elizabeth M.B. Mattos – maio de 2019 – Torres

engrenagem

Perco vontade coragem, o ânimo, perco o rumo. Não sendo eu mesma neste exercício de ser inteira boa completa justa para o outro,  como que representar,  eu me afundo. Se os outros não sabem como sou e o que dou de mim para ser eu, termino por não saber eu mesma, não sentir. Este esconde esconde para que o sentimento seja adequado ao que o mundo exige da nossa capacidade de convivência de boas relações desmonta a nossa engrenagem interior. Elizabeth M.B. Mattos – maio de 2019 Torres

outro beijo

Sabes do mundo, dos planetas: tuas dores. E me conheces – eu te peço desculpas

Sabes como fui /sou esquiva. Não entendo os motivos, nem o silêncio.

Mas quando os remorsos me estrangulam, sofro tudo outra vez.
Fiz tudo errado: espero que estejas bem, um beijo. Elizabeth M.B. Mattos – maio de 2019
“Noites em que permanecíamos deitados, muito próximos, e ele sussurrava que eu ficasse calada, para ele, com o silêncio, ter saudade de mim e me pedir para lhe falar outra vez.” 
Seu sonho era a mulher talhada numa só peça. Mas eu me fragmentava em pedaços disparatados, quando ele não tinha cuidado.” (p.99) Liv Ullmann MUTAÇÕES

cruzando poemas Yeats e Bandeira

A ilha lacustre  de Innisfree

Vou levantar -me e ir agora, e vou – me para Innisfree,

E lá farei uma choça com barro e vimes torcidos;

Terei feijão, nove filas; e abelhas terei ali;

E estarei só, na clareira entre os zumbidos.

E lá vou achar a paz, paz que pinga devagar,

Que pinga dos véus da aurora para onde cricrila o grilo;

A meia-noite ali brilha; o meio-dia é esbrasear;

E o poente… pintarroxos vêm cobri – lo.

Vou levantar – me e ir agora, porque sempre dia e noite,

Ouço o marulho das águas que no lago vêm e vão;

Se na estrada me detenho, ou sobre a calçada fria,

Escuto – o bem, lá dentro do coração. W.B. Yeats

Tradução de Paulo Vizioli

(A will arise and go now, and go to Innisfree,)

 

 

Vou – me embora pra Pasárgada 

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Manoel Bandeira

E eu inventei, outra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Pra Pasárgada que inventei.

Sem Bandeira, sem pedra no caminho,

Sem Meireles pra explicar,

Vou – me embora pra esquecer.

Esquecer de ler, de escrever. Votar, ou roubar.

Delatar, delação, mentir, ou aproveitar. Acusação,

Eleição, futebol, televisão. Dançar valsa na corrupção

Deixo pra cá… Pro Hamas, Obama, Eva Vilma, Sofia Loren.

Pro Neves, Marina, ou Vermelho de Brasis só pra manchar…

Vou pra lá me refestelar, sem xingar, ou me comportar.

Sem Dirceu, mordomia. Só Bolsa Família.

Sem perder chapéu, sandália, ou vergonha, afinal, nem vou mesmo levar!

Vou-me embora pra Pasárgada sem pai, nem mãe, nem pejo,

Nem lembrança. Sem mala, sem tédio nem peso.

Não penso. Vou ficar sem bomba atômica, sem água, nem luz.

Mata Atlântica. Amazonas, pra quê?

Vou-me embora pra Pasárgada.

A Pasárgada que inventei… Elizabeth M.B. Mattos – setembro de 2014

 

 

agradecer

ao João o Amoras, ao Lucas seguir sendo nós, a Valentina o futuro, hoje nesta amorosidade,

irmãs amigas, sobrinhos alertas, e aos amigos, a presença

obrigada enorme e colorido

 

aos amados, o amor… claro! nunca estive sozinha! Luiza, obrigada pela Ônix!

ao Pedro, o futuro inteiro no hoje. Beth Mattos em maio, materno

 

especial foto da onix olhando atenta


Sonia Moreira Lobato
 Ninguém disse nada nesta coluna hoje e você fala em “agradecer”! Eu que agradeço, a porta estava aberta, entrei e partilhando sua beleza me empolguei. Escrevo com as palavras que despencaram dessa sua organizada postura de deusa, toda quase, quase assim (pela distância que vivemos uma da outra) cinematográfica! São fotos, gosto admiro e me empolgas a imaginação a entrega atenta à elegância dos objetos, a beleza dos nomes desde a criança: Valentina! Ônix aos seus pés encantada dessa sua gratidão soprando suave na cara de quem entrar…Obrigada Elizabeth Menna Barreto Mattos!

não

ainda não parei de pensar em ti

esquisito isso!

deves achar/pensar na

Caixa da Pandora (tua aparição)

 

nestes dois anos, esquisita:

eu te encontrei e te perdi:

um jato! …

nem me dei conta!

outro acesso de sedução!

o teu e o meu: cinquenta anos e me deixaste passar…

Elizabeth M.B. Mattos – maio de 2019 – Torres

por quê?

 

 

História de Pandora e sua caixa: narrativas mitológicas dos antigos gregos. Conta a história que o titã Prometeu (aquele que vê antes) e seu irmão Epimeteu (aquele que vê depois) criaram os animais e os homens. … Porém, enfureceu Zeus ao roubar o fogo dos deuses e dá-lo aos homens. Foi o que tu fizeste comigo: roubaste todas as possibilidades. Enfim… Eu envelheci, tu também ficarás velho. E o que nos importa?

 

 

 

 

 

violeta e mar

Escrevo frente ao mar: cinzento e tranquilo. Sinto o cheio que entra pela fresta da janela. Logo vou caminhar, preciso amar meu corpo – parte da terapia. Escrevo este bilhete com a minha preciosa caneta-tinteiro, ficas mais perto… E me sinto, então, elegante (se é que isso importa -, sentir ou ser?). Ser é o verbo, a ponte certa. Horrível o que acontece no momento: choque ideológico, juros estratosféricos: comprei os jornais depois de termos assistido na televisão as notícias. Assustados, não impassíveis… Lembrei Hiroshima, o amor, não a explosão. Prepotência do poder: o que escrever? Neste momento, recolhimento, certeza de que não é este o mundo que queremos para nossos filhos, nossos netos.

Estou te gostando. Sem vontade de abrir o computador para trabalhar. Aproveito o silêncio da casa, eu a minha desordem… Terminar de arrumar as gavetas e os pacotes para o Natal, guardar os vestígios do tumultuado fim de semana, emoções juvenis, carências afetivas, da saudade de amor. Tua presença e a festa. Egoisticamente prolongo e curto as horas matinais, minhas. Amanhã vem a moça polir limpar e me ajudar, ah! Se eu conseguisse fazer sozinha, faria.  Gosto de ter a casa só para mim! L. ligou e conversamos. Eu me senti feliz com o feliz da voz dela. A distância, reforço de amor, também pode ser assim… Eu estou te gostando, ser feliz no amor, tão bom!

Pausa

Reli o que te escrevi…, perdi a voz, vou voltar aos diários e escrevo para nós dois, outra vez. Se não for a carta para correio, leremos juntos, entre lençóis…

Perdoa o tanto que te chamei ao telefone hoje de manhã: inquietude amorosa por não estar ao alcance da tua mão, do teu beijo. Ao mesmo tempo valorizo os espaços: a galeria e a casa. Sei que necessitamos deste equilíbrio para seguirmos, o trabalho nos salva. Eu que me digo introspectiva e silenciosa! Converso com o mar com os livros, mas me apresso contigo, ansiosa…

É a saudade da fazenda e do silêncio verde. Dança das plantas. Cheiro de terra…agora, o mar. Reviravolta. Cheiro de tinta. Cheiro-perfume. Eu te percebo/sinto/entendo que me percebes/sentes por inteira quando insistes que eu caminhe junto ao mar todos os dias… E sublinhas o lentamente, devagar. E eu me embalo nas tuas palavras e no cheiro do amor. Seria bom se eu aprendesse a nadar: adoro a água! Escrevo mansamente, sem susto. Estás a me olhar! E pronta para aconchegar meu corpo no teu. Volta logo.

Quero o teu retrato…não esquece. É a menina quem escreve. Vou te mandar uma violeta do meu vaso para colocares dentro do livro, e eu penso

Rádio – som – imagem – sonhos – casa e tu. Tu és querido! Elizabeth M.B. Mattos – maio de 2019 – Torres