Enquanto sonho com o sonho, posso te ter. Penso em cada detalhe do desejo e esparramo pela casa teus pedaços de vontade. Depois fujo para o abraço. Demorado abraço. Encabulada, ilustro o teu prazer e o meu. Não posso me frustrar de escrever / descrever e pedir… Ainda aperto teu desejo com o meu no segredo de sermos nós. E não me importo de perder para te ganhar, e te ganhar despedaçada de tanto sangrar. Elizabeth M.B. Mattos – setembro de 2019 – Torres
“[…] pois tudo que é sagrado possui a substância dos sonhos e das lembranças de forma que experimentamos o milagre das coisas das quais estamos separados, seja pelo tempo ou pela distância, e que se tornam de repente tangíveis para nós. Sonhos, lembranças, o sagrado – são todos parecidos pelo fato de estarem além do nosso alcance. Quando ficamos separados, ainda que não substancialmente, daquilo que não podemos tocar, o objeto fica santificado, adquire a beleza do inatingível, a qualidade do milagroso. Todas as coisas na realidade possuem esta qualidade sacra embora possamos conspurcá – las com um toque. Quão estranho é o ser humano! Seu toque vilipendia embora nele esteja contida a fonte dos milagres.” (p.47) Yukio Mishima – Neve na Primavera – Mar da Fertilidade vol.I