Desenhei, mentalmente, no invisível brinquedo de apaziguar o que poderia ser pessoa, árvore, surpresa. Trouxe flores e frutas e cor. Lápis, papel, livros, almofadas, luz e quietude. Carreguei as palavras e o inimaginável. Chorei sem lágrimas, estupefata.
“[…] entre o nosso hoje, o nosso ontem e o nosso anteontem, todas as pontes se romperam. Eu próprio não posso deixar de me espantar com a multiplicidade, a diversidade que comprimimos no curto espaço de uma única existência – naturalmente, muito incômoda e ameaçada -, em especial quando comparada com a forma de vida de meus antepassados.” (p.15) Stefan Zweig – Autobiografia: o mundo de ontem
Atravesso o caminho espinhoso de muito pensar ou saber / acompanhar / assistir, e mesmo assim me dar conta de enorme / gigantesca inocência / ingenuidade e, porque não dizer? Perplexidade. Os olhos jovens / as mãos lisas e o vigor se esconde. Em qual pequeno mundo posso ter certeza de uma verdade honesta? Nos depoimentos de um e de outro, na voz rouca, ou quase incompreendida deste ou aquele. Que sentimento de completa impotência! Escuros porões inacessíveis… Elizabeth M.B. Mattos – outubro de 2010 – Torres