tudo o que não conheço me tranquiliza, o/no desconhecido possibilidade
sem conhecer não tem limite, nem parede, não vi, não toquei, não deitei lado a lado, então, não sei: o primeiro e misterioso momento
então o dia que se mistura ao ontem, antes de ontem, sem amanhã, um minuto
não importa: o que um dia foi/fui ou representei/ representou, és
como é um nada/vazio e envelheço, envelheces tão amorosamente o mesmo,
paradoxalmente, livre a mente, sem projeto
sem imagem, sem luz, nada.
não existe nada, e isso é bom.
eu me permito porque não conheço, nem me conheces.
e, misteriosamente, sabemos, sempre nos conhecemos!
eu te abraço desajeitada e tu me acarinhas tímido, e ficamos em silencio, no escuro.
Elizabeth M.B. Mattos – novembro de 2019 – Torres