“Ouça, meu amor é leve. Não será doloroso nem incômodo para você. Entrego – me totalmente àquilo que amo. Amo com a mesma intensidade – profundamente – a bétula, a tarde, a música, Serioja e você. Eu reconheço o amor pela tristeza incurável, pelo ‘ah!’ que corta sua respiração. Para mim você é um rapaz encantador, de quem – ainda que me digam – não sei nada, a não ser que o amo.” (p.125) Marina Tsvetáieva VIVENDO sob o FOGO
Loucura caminha na dor e na ausência da dor. A tonteira aperta o sentir, e depois esqueço o tamanho do sentimento… Eu me deixei arrebatar, tens razão: foi a tua pressa de tudo dizer, tudo sentir, atabalhoadamente, aturdido, também tu. Assim mesmo registro no livro que leio, na tarde, insisto em te dizer: te amo, eu te amei. No ardido dos olhos, no excesso e na carência, neste medo que eu sinto da morte apressada. Eu quero olhar no teu olhar a brejeirice e derramar na tua voz apressada a resposta gaguejante , urgente que guardei para te dizer e não disse. É verdade. Eu me assustei. A cada mensagem eu recuava. Recuar faz parte da guerra, da loucura consciente ou inconsciente de amar o amor. Recuamos para vencer! Quero que me perdoes. Não pelo que não aconteceu, não temos culpa da distância, mas do meu silêncio no teu grito. Tenho culpa, deveria ter te escrito logo: amo, eu me apaixonei na ausência, a voz que desconheço. Gosto de toda a aquela loucura perfeita das tuas palavras. De todo sonho, de toda a história derramada naqueles idos tempos cariocas que tão perto, não nos vimos. Eu nada sabia/entendia de viver, e antes, quando nos cruzávamos pelo/no verão, uma vez, uma vez deverias ter ousado… Não me perdoo. Mas, ao te escrever, sinto que também não te perdoo. E não precisaria ter sido para sempre. Podia ter apenas ter sido… Tua história, minha história: um nosso tempo! Nossas mãos! Elizabeth M.B.Mattos dezembro de 2019 – ainda Torres. Sempre teríamos o verão nas nossas mãos…
“Estou plenamente convencida de que se um homem conseguir me conhecer inteiramente vai me amar mais do que a qualquer outra […]” (p.124)