A loucura de voltar, ou de sentir o mesmo depois de remexer em tudo, e perder a letra e o som, a vontade. Apagar o horror, com agulha fina livra o nó, seguir a malha. Que jeito que não tenho de dizer, mas rodear…sou eu. Voltei para O Grande Sertão: Veredas que só título vai pedir explicação, mas dizer Guimarães Rosa ajuda.
“Para que referir tudo no narrarjeito, por menos e menor? Aquele encontro nosso se deu sem o razoável comum, sobrefalseando, como do que só jornal e livro é que se lê. Mesmo o que estou contando, depois é que eu pude reunir relembrando e verdadeiramente entendo – porque, enquanto coisa assim se ata, a gente sente mais é o que o corpo a próprio é: coração bem batendo.Do que o que: o real roda e põe diante. – Estas são as horas da gente.[…] Por que?Diz – que – direi ao senhor o que nem tanto é sabido: sempre que se começa a ter amor a alguém, no ramerrão, o amor pega e cresce é porque, de certo jeito, a gente quer que isso seja, e vai, na ideia, querendo e ajudando, mas quando é destino dado , maior do que o miúdo, a gente ama interiço fatal, carecendo de querer, e é um só facear de surpresas. Amor desses cresce primeiro, brota depois. (p.186-187)
E jeito de dizer /dito se joga e não explico. É amor e PONTO. E o amor explicado se mistura e confunde, mas fica. É isso. Vou explicar. Beth Mattos