Começo sempre com um livro aberto, o da hora. Do acaso. A ler, e repassar, ou reviver. Voltar, reencontrar…
O futuro. Este danado futuro a caminhar no meu entardecer, estremeço. Eles, os jovens, florescem. Estico o dia, mas me afundo de qualquer jeito. Posso chorar, o tempo não volta… Segue, assim mesmo, em cada um deles, estes jovens sobrinhos, netos. Volto no/ao tempo. O mesmo.
Sinto teu cheiro. Lembro das apressadas madrugadas: encantamento enfeitiçado. Abraço teu corpo magro. Lembro de Iberê Camargo: redes, laços, somos nós dois. Estamos, tu eu, gelados. O abraço incompreendido. Vieste a Torres. A pressa de sermos nós. Vês, se passaram/passou trinta anos, e foi ontem. Elizabeth M.B. Mattos – agosto de 2020 – Torres


“As coisas devem ter se passado de modo completamente diverso, mas que importa, a maneira como as coisas se passam, desde que se passem? E todos aqueles lábios que tinham me beijado, aqueles corações que tinham me amado (é mesmo com o coração que se ama, não é, ou será que estou confundindo com outra coisa?), aquelas mãos que tinham brincado com as minhas e aqueles espíritos que quase tinham me possuído! As pessoas são realmente estranhas.” Samuel Beckett Primeiro Amor Este livro com tradução e desenhos de Célia Euvaldo – Cosac Naify 2004 – uma joia. Artesanal edição. Vou fotografar.

“Sim, eu a amava, é o nome que eu dava, que ainda dou, ai de mim, ao que eu fazia, naquela época.“
