Perder coisas obvias. Não se trata de encontrar ou precisar muito, ou médio ou nada daquela coisa perdida. De repente eu quero aquele casaco. Não. Não está na gaveta. Será que resolvi colocar num cabide? Não. Claro, deve estar naquele outro armário. Não. Não coloquei ali. Pendurado na cadeira, esquecido, o coitado! Não, já percorri as cadeiras, poltronas, os sofás. A corda de pendurar roupa da área de serviço. Droga! Onde está? Claro! Devo ter dado para alguém…Não. Não perdi na rua. Estaria vestido. Bom. Não sei. Melhor esquecer o casaco. Não vou sair por aí a perguntar. Logo a filharada se preocupa. Vou esquecer. Pronto! Achei, estava na outra gaveta. Bom. O bom foi a ordem refeita. E troco tudo de lugar. Vou dormir tranquila. A pensar. Deixar tudo nos mesmos lugares não seria melhor?! Seguir a rotina, ou reinventar o armário no dia seguinte. Onde será que coloquei aquele copo? Beth Mattos – setembro de 2020 – Torres
