Seis pedaços de pizza, duas taças de vinho. Separo todos os tais copos de geleia, mania de guardar vidrinhos! E coisas ridículas de aproveitar… E copos que não uso/gosto. Prefiro transparentes. Taças, copos a exibir/mostrar o colorido do líquido: água tem cor, sabor e mistério. Vontade de colher as flores exóticas, exibidas no canteiro no prédio, colocar nos meus vasos. E dizer a estes visitantes que lotam as pequenas calçadas da lagoa: SUMAM, por favor. Colocar música muito alto(pra gritar mesmo), deitar na rede, (que não tenho), e pensar nos cinamomos floridos. Deixar de ser tão crítica, esnobe/ridícula. Olhar meus cabelos despenteados mais vezes no espelho. Deveria comprar roupas descoladas e tênis confortáveis. Estou com tristeza crônica: aperta e tortura. Deveria me irritar menos com o telefone, e com as vozes: ser mais gentil com visitas. E não consigo. Ligo para um amigo perdido no meio do feriado, sem pudor ou consequência. Ele gentil, positivo e cavalheiro atende ao meu chamado, mas não sei o que dizer. Pura ansiedade deslocada. E me dou conta da loucura de ser tão absolutamente assumidamente solitária. Reviro os olhos. Preciso um chá de tranquilidade e conversar. Entender as pessoas. Ser gentil. Não sou. Passo todos no moedor de carne preso na minha bancada. E o sol, paciente invade a sala. Mal-humorada, fecho as cortinas. Abro o livro. E não entendo nada. Elizabeth M.B. Mattos – outubro de 2020 Torres Por favor me perdoem. Amanhã serei/estarei gentil / alegre e boa pessoa. Hoje o diabo me domina.
é essa tua capacidade de pintar o que te vai n’alma no momento, fazendo com que assumamos os mesmos sentimentos que te dominam. Beijos
Esta é tua capacidade de estar tão perto do que eu sou, que somos… E eu te agradeço por todas as palavras, por tua generosidade