Complicado chegar perto de ti! Tão maluca a minha prisão! E tão estranho eu não poder ter certeza, ou… Não sei o que quero dizer, tens razão. Os recursos e os muros e as dúvidas, e as palavras aprisionam. Agora o vírus se alastrou… Tenho febre ao acordar e ao adormecer. Não posso dizer ou falar. Assim sentir/pensar ou adoecer, um veneno. Penso em ti, não consigo me livrar… E não tem vacina, ou modo / ou jeito de expelir, jogar fora, ou esquecer. Nada modifica a sensação premente, a carência, a loucura. Tu entendes meu corpo, apenas tu sabes o que digo sem dizer. A experiência foi avassaladora. Eu te pergunto: fomos nós que nos excedemos ou a idade nos transtorna, limita ou enlouquece? Coloquei no plural, mas talvez seja eu, apenas eu a te querer e te chamar… Eu quero te dizer tanto e tudo! Não querias / não podias ouvir. Tanta pressa! Urgências e tuas prisões, ou eram certezas. Tua resiliência! Eu compreendo sem compreender. Perigoso ultrapassar o limite.21/03/2020 16:24:56 Um beijo. Um beijo demorado se posso ainda te beijar. Beth Mattos – outubro de 2020 – Torres