Amar no palco seria como viver/respirar/ estar sempre representando. O grande desafio seria/é/deve ser reviver a vida para si próprio, como sobrevivência na particularidade da vida. Ou quintal, sem jardim. VIVER sem os refletores, sem palco, nem plateia. Viver no seu próprio eixo… Claro, somos gregários, não lobos solitários. Pequenos núcleos, pequenas comunidades tem luz própria. Quintais sombreados por jacarandás. Por que tanta necessidade de confrontar, absorver, exibir, e tomar posse do outro? Esquisito me dar conta de que a apenas minha pequena vida não basta. A maior evidência desorganizada disso está na visualização constante/inquietante, deste derramado olhar sobre as calçadas, sobre os outros, sobre o remexer das garras/braços do amor. Olhar e espiar o todo…., o maior. Conhecer o inteiro, provar tudo de tudo. Este é o conceito de crescer. Apreender. Ser sem necessariamente ter. Estranha oscilação! E o amor como sinaleira máxima. Experiência de danada/abençoada e instigante solidão. Beth Mattos – novembro de 2020 – Torres