“Nunca tive aventuras. Aconteceram – me histórias, fatos, incidentes, tudo o que quiser. Mas não aventuras. Não é uma questão de palavras; começo a entender […]. As aventuras estão nos livros […]. Eis o que pensei: para que o mais banal dos acontecimentos se torne uma aventura, basta que nos ponhamos a narrá – lo. E é isso o que ilude as pessoas. Um homem é sempre um narrador de histórias, vive rodeado por suas histórias e pelas histórias de outrem, vê tudo o que lhes acontece através delas, e procura viver sua vida como se a narrasse. Mas é preciso escolher: viver ou narrar […] Como se pudesse haver histórias verdadeiras; os acontecimentos o correm num sentido e nós os narramos em sentido inverso“. (p.64-65-66) Sartre A Náusea
“irreversibilidade do tempo”

Se eu me esconder num lugar pequeno, mas meu, posso dar certo… Não existe nem como nem o porquê de escolher uma cidade grande, ou poderosa, ou… Tenho que pensar nisso com serenidade. Então, depois que a pandemia se acalmar, posso pegar um avião e ir / voltar/ tornar a ir como se todos os momentos se aperfeiçoassem eternos. Irei te ver. Posso voar. Como correste ao encontro dela noutra cidade, irei te procurar, e te farei compreender o ANTES, o nosso. Assim como ficaste uma noite a esperar em frente a casa dela, como se o tempo fosse apenas amar, assim eu te reencontrarei meio ao encontro de outro tempo, o nosso. Gosto de reviver tuas histórias e amarrar tua vida na minha vida. Sem viver vivemos… Como Sartre escreve, ao contar da carne de panela que fazias, do teu tempo, entraste no meu. Elizabeth M.B. Mattos – novembro de 2020. Assim, leio teus livros e como teu pão, beijo teu beijo. E te amo.
