“ O que me parece belo, o que gostaria de fazer, é um livro sobre nada, um livro sem vínculo exterior, que se sustentasse de si próprio pela força interna de seu estilo, como a terra sem estar sustentada se mantém no ar, um livro que não teria quase tema, ou pelo menos em que o tema seria quase invisível, se isso é possível. As obras mais belas são aquelas onde há o mínimo de matéria; quanto mais a expressão se aproxima do pensamento, quanto mais a palavra cola em cima e desaparece, maior a beleza.” Gustav Flaubert A Louise Colet – 1852 – Referência ao processo de elaboração de Madame Bovary
Sinto vergonha esquisita. Pretensão de querer escrever/ ou até pensar, assim sem rumo, desarvorada. Amor às palavras que dançam. Vozes soam belas. Avida se insinua instigante e possível, mas há um vento estranho, levanta poeira, folhas e levanta as raízes, faz morrer. Vozes raivosas e duras contra o isso ou aquilo, sobre a morte e a vida. Assassinatos e violência. Estamos obcecados pelos desvairados, não importa quem sejam… Perdemos, completamente, a vergonha de chafurdar na lama. E acreditamos na gritaria… Elizabeth M.B. Mattos – janeiro de 2021 – Torres. Não posso ouvir um noticioso, ouvir música no rádio, saber/conhecer um fato, ou acompanhar um trajeto / um sonho / uma realidade qualquer que não seja vergonhosa!