As repetições assustam, não as do amor, do mundo mesmo: olhos abertos, il faut.

“Cardeal Rufo
Sobre um beijo outro beijo e sobre um ano outro ano…
Como envelhece a gente velho Vaticano!
A política…
O mal que se faz e desfaz
No mistério subtil destes panos de Arrás…
A intriga na sombra, os passos sempre incertos…” (p.22)
Cardeal Gonzaga
Sol! Nós somos a saudade.
A pensar que se amou, que se viveu…O amor!
– Um tronco envelhecido a cuidar que deu flor!
depois num embevecimento
Misterioso monte é neste mundo a vida!
Todo rosas abrindo, ao galgar na subida,
E a velhice, ao descer, toda cheia de espinhos…
– Ai, tão velhinhos!” (p.24)


Júlio Dantas A Ceia dos Cardeais – peça em um acto, em verso, representada pela primeira vez no antigo Teatro de D. Amélia. em 24 de Março de 1902