Estou sem entender / escrevo sem jeito. Frouxo, arriscando, sem saber. Sem consciência, não é normal…, não pode ser bom para você, não pode ser bom para mim, estamos a nos afastar. E de repente enfraquecemos o tempo, a vontade, empilhamos nas caixas as memórias que não se misturam, mas, reparaste? Como ficou fácil abrir a tampa certa, olhar de perto… Gozar, brincar, sensualizar meio ao acaso. O jogo é maior do que tu e muito maior do que eu. Nós dois juntos segurando as pontas deste enorme cadáver. Nossa adolescência escorrega pelas dunas de uma Torres praiana que não existe mais. Estamos perto /longe de quem somos. E tão absolutamente entregues! Beth Mattos – abril de 2021 –

foto de Marina Pfeifer – abril de 2021 – a rosa
