pesadelo ou

Sonhei com o excesso, excesso de papéis, de coisas, do inútil, mas não tão desnecessário assim porque identifica, se aqueles papéis empilhados, desorganizados, ou aquelas caixas superlotadas são inúteis, são o que sou, descrevem um Eu, mas eu me pergunto, e para o quê, exatamente, um EU importa? Sou o excesso? Ou sou o quê? Quem? Perguntas enjoadas. Sou do grupo, sou parte do punhado: gente, a dizer e a negar, afirmar e gritar, depois silenciar, sei lá se é pensar. Este verbo SER liga o quê ao quê? Tem acento? Já não sei. Uma coisa esquisita nesta onda de dizer. Fazer, fazer pode ser isso ou aquilo. E depois? Carreguei a pedra e larguei no meio da praça, fiz o discurso, olhei para as pessoas, fiquei suada, cansada, a roupa com manchas. E depois? Vou lavar o rosto, trocar o avental, arrumar os cabelos, ser bonita, e desejada, e depois? Voltei ao desejada, e desejar. Uma troca. Se for apenas o gosto das laranjas e das bergamotas. Repenso…, viver pode ser apenas respirar, esvaziar o pensamento, acordar e levantar, e deixar os braços caírem ao longo do corpo. E não ver. Depois do excesso, o susto! Desapareço no excesso. Ótimo. amanhã/ hoje/ agora, imediatamente após escrever, teclar, vou jogar estas velharias no fogo do lixo, desfazer/ eu me verei LIVRE! Nova como um bebê nascendo, sem passado, sem história nem estórias… sentarei na beira da calçada, ou naquele gramado, esticando as pernas. Pássaros, céu, menos frio e a respiração feliz da ônix. Sou eu usufruindo. Elizabeth M.B. Mattos – julho de 2021 – Torres – Que venha o bom sono!

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