não conseguimos

não conseguimos, seguimos tentando, escorregamos, mas, na verdade é preciso tentar, seja com palavras, com pincéis ou com o corpo, expressar

Não conseguimos escrever melhor; tudo que podemos dizer é que mantém em movimento, ora um pouco neste direção, ora naquela, mas com uma tendência rotativa indicando que toda a extensão do percurso seja observada de uma altitude suficientemente elevada. É preciso apenas ser dito que não temos a pretensão de permanecer, sequer por um momento, neste patamar privilegiado. Ao rés do solo, na multidão, meio cegos pela poeira. revemos com inveja os guerreiros mais bem sucedidos, para quem a batalha está vencida e cujos feitos se revestem de um ar de tão serena plenitude que mal conseguimos conter a queixa de que o combate não foi tão violento para eles quanto o é para nós. Que os historiadores da literatura decidam; que eles digam se estamos agora no começo ou no fim ou no centro de um importante período da prosa de ficção, pois daqui da planície pouco se vislumbra. Unicamente sabemos que algumas gratidões e hostilidades nos inspiram; que certos atalhos parecem levar a terras férteis, outros para as cinzas do deserto; e isso talvez tenha relevância no momento em que se intenta alguma avaliação.” (p.71-72) Virginia Woolf O Leitor Comum

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