aparentemente

Aparentemente estás vivendo quadrante bom. Administração de si própria. Lembrei de ti e da tua intelectualidade. Tive uma vida pouco ortodoxa. Aventuras. Eu me dei conta, – nos constantes balanços que fazemos, – que se as aventuras fossem menos impulsivas, eu elegeria o cérebro com equivalência maior às pernas. Teriam sido muito mais contagiantes e talvez reduzidas a um número menor que os dedos das mãos. Passado. Não desprezo. Mas eu poderia ter sido mais esclarecido… Pessoas como eu não trazem consigo tesouros do tempo, trazem aventuras, talvez, enredos interessantes e curiosos. A foto do teu perfil mudou. Flores. Quando este balanço estava em andamento fui procurar a foto daquele perfil: um tesouro da adolescência. Este veio, sem aventura. Beijo

Yin-yang

forças fundamentais opostas e complementares”

Aparentemente: boa palavra. Estou vivendo, devagar, uma volta para o tranquilo. O mesmo do mesmo. Conversas existenciais. Tento achar meu eixo, que não seja o complicado! Impressiona a “cara mapa”! O tempo! Devagar retomo as leituras. Estupefata com a memória a esfarrapar “coisas” engraçadas… Organizo espaços para a cadeira que encomendei… Faço listas do que gostaria de comprar. Hoje, café preto com bananas fritas. Feijão, laranja e peixe. Balas de goma. Enfim! Incoerências de sempre. Demoro para achar isso, perco aquilo, e os dias da semana esperam, atrapalhados a outra semana, aquele de estar escondida no teu abraço. Acalmei ansiedade ao te escrever. Retomo as cartas. Amigas telefonam. Embora eu me esconda, ou pense que estou reclusa, tão perto! Estou ao teu alcance. Abro a escotilha. Relações, o social, faz bem, tu sabes. Minha intelectualidade, sobrevivência desorganizada… Eu me irrito por nada ter feito, e faço! Como um jogo. Enfim! Não, importa. Os livros, um atalho, e o campo: livros por todas as peças. Preciso esquecer. E, literalmente, esqueço tudo. Elegeste corretamente. Tens a energia verdadeira e a melhor da vida. A correta. E tua inteligência, tua intelectualidade e o que sentes te faz FORTE. Eu te admiro. És bom neste jogo de viver. Nenhum livro, nenhuma leitura de fora para dentro, substitui o teu de dentro para fora… Aventuras / sensações / vibrações importam. Agarrar em vez de ficar a olhar. Tuas mãos importam, sempre serão o farol. Cuida delas. Eu, muito agarrada em ti, resolvi me fortalecer, e também me afastar. E devagar, como te disse, voltar, olhar para trás nos meus passos, com cuidado. Sonhar sonho, desejar desejo, ou seja, esquecer. E como mágica, mandas um bilhete – carta. Bomba. Engulo o silêncio necessário, e festejo tua volta. Tuas cartas. Teu pensar, teu jeito de ser e fazer. Há que se apreender / agarrar. Esta coisa de ler é vício. Um vício como qualquer outro. Como o álcool, a maconha, ou as balas…,ou, o vício de te amar. Como viajar. O sexo / o social / o mundano. Como… Nós nos formatamos. Sabes o mais lindo/o perfeito? Usas as mãos, és ortodoxo. O que tu tens é tão absolutamente genuíno! Bom teres escrito. Que bom estares aí do outro lado. Um beijo. Beijo eu sei dar. Eu acho. Eu te beijo tanto e tanto! Intelectuais são pesados, completos, introspectivos, poderosos, e complexos. Não sou assim. Ainda não. Na outra encarnação, serei, agora eu me esforço para te amar melhor. Outro beijo. O texto / uma carta / e chegas por inteiro. Tens o time/ o jeito certo, a narrativa saborosa. Acertas ao contar, não deixas escapar, pulsa quando escreves e contas, eu sinto. Não posso roubar a história, mas tu podes. Contar tantas / muitas, inventadas, reais. Estás a sentir enquanto escreves, não importa, mais nada, arrisca. Eu sou tua. Desdobra uma narrativa da outra: especiais / as tuas e as nossas. Perfeitas.

Acordar biologicamente como o orgasmo, prefiro gozo. Acontece espontâneo, estimulado pelas entranhas secretas do prazer. Gosto demais, e, como no gozo, prolongar o momento sem relógio.
Ler e te escrever –, um turbilhão: o cérebro está mais na zona do prazer do que na zona da organização. Responder, uma temeridade.
Fragmentos! Foto atual, não surpreende que o tempo trace novos contornos. Importante que cuides e ames estes contornos, sem mal dizê-los. Certamente, ajustada à realidade da aventura do tempo: não tens mais a beleza hoje daquela inatingível Beth. Liza ou Elizabeth. Sentir que não te olham é fortalecer uma pequena dose de mal querer. Os velhos aprendem a olhar, sem se revelar, menos afoitos.
ser olhada e fazer com que olhem. amar-se. Saber que foi, pode ser e será cobiçada.
pecado…contida…travada…expectativa…espectros da ancestralidade miscigenada de influências históricas religiosas. Se forem berço de conforto: ótimo! Se forem grilhões: rompe, avalia custo/benefício. Pecado é o que mesmo? Conheço apenas os 10 mandamentos. Fora disto?! O maior pecado é o desprezo ao seu semelhante, deixando-o a própria sorte: este está entre aqueles os dez.
Já te disse, no francês sou fluente, limitado a três palavras, com sotaque péssimo. Assim, confesso que a minha biblioteca são mais do que três livros, mas não muito mais. Literatura prática: necessidade do conhecimento do momento, e a curiosidade do saber despreocupado, diferente do teu. Nos complementamos. Li menos do que devia, e, com certeza menos que podia. Bom me sentir na zona de conforto.
Neste momento acordo com a sensação de uma presença sensual. Natural. Olhar fixo nos olhos. Um cheiro suave e íntimo. Silêncio. Se despir, inteiramente, sem desviar os olhos. Se aninha corpo a corpo com leve tremor, íntima. Silêncio. Calor. O único movimento são os dedos sobre os pelos do ventre, como seda, deslizando com suavidade…, e não podemos mais escrever /descrever: já foi feito / repetido, violado e recomeçado.

Meu querido WFKHXZ: a releitura quente das nossas cartas é/mostra necessária força para seguir aos 90 anos, e sentir vida pulsando (aos 40, ou mesmo 30 anos) em festiva jornada de prazer / gozo / explosão. Posso mais / ainda mais: cuidar do corpo, do brilho,… Tua presença assídua desenha alegria; desconfio / sinto a boa / certa escolha. Nossas evidentes e certeiras diferenças desenham íntimos e perfeitos: nós. Não precisas ler nenhum livro, li por nós dois, vi os filmes que importaram, assisti os jogos necessários. E tenho o que precisamos. O sol nos pertence. E o mar te ama. Elizabeth M.B. Mattos – outubro de 2021 – Torres

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