
“Como é melhor nossa situação no palco! Quem não me acredita?
Ninguém ousa falar. Tomam notas. Escrevem depressa.
Estamos representando uma peça em que tanto o autor como o diretor nos abandonaram e fomos deixados por nossa própria conta. Não temos ninguém a quem recorrer, a quem consultar. […]
Eis o que chamamos de pausa dramática! […]
O caminho da felicidade está semeado de pausas. O humor não passa de uma questão de senso de tempo, de ritmo. Exatamente como as lágrimas criam tristeza, o riso cria prazer. Como a fala cria uma conexão, a pausa cria uma profunda consciência dessa conexão.” (p.154-155) Yoram Kaniuk – A ressureição de Adam Stein

Representar pode exaurir, cansar…, assim mesmo salva porque faz rir. Demora -se meses para entender, ou um ano, passado o texto milhões de vezes…, desta vez represento eu comigo mesma, no tom correto. Amar vale sempre, chorar também, gargalhar, claro! E as leituras alimentam a ideia de encher cadernos, acreditar, no dia de contar história. Sempre difícil! Inventar esbarra com a verdade. E a boa mentira se transforma em flores quentes. Depois a surpresa da linguarice (língua solta com vaidade de ator). Se sei guardar segredos, tu sabes bem pisotear neles. Alguém agarra as pontas do teu laço de fita, desfaz o laço, abre a tampa da caixa, e, depois de uma surpresa arrastada de memória, confidencias, pontuação, recomeço, loucura de intimidade, apenas interrompe tudo (a tal pausa) coloca a tampa, colhe todas as margaridas, e dá as costas. Estupefata eu me pergunto pela tal coragem de ser pessoa, ou pela juventude repassada, onde está mesmo “a última Coca-Cola da festa?” Uauuuu! Gostei das histórias, ajustei as verdades, limpei a fantasia, usufrui e, depois, recolhi tudo para plantar noutro canteiro…Sou feliz porque teimo em ser feliz. Elizabeth M.B. Mattos – novembro de 2021 – Torres

Informalidade do amor, ser dois, ou três, ou existir / respirar exige fantasia, invenção, improvisação…Apreendi contigo: vale um talento espiar pelo muro e saber/descobrir as invencionices do vizinho. Não acredito que possas ler os livros empilhados na garagem. Nem imagino que escrevas poemas, sei do gosto da boa cozinha, e, gosto de te pensar cuidando do jardim, dos cães.